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Saúde e Bem-Estar

Hormonal ou de cobre? Aumenta a cólica? O que é preciso saber sobre o uso do DIU

Dra. Tina Batalha

Colunista On: Dra. Tina Batalha

Ginecologista, especialista em medicina estética e cirurgia íntima
Hormonal ou de cobre? Aumenta a cólica? O que é preciso saber sobre o uso do DIU
Crédito da foto: Flocu/istock

 

Os DIUs, sejam eles hormonal ou não hormonal, são métodos contraceptivos de longa duração. Mais conhecidos como LARCs, eles são considerados como o topo da pirâmide. São os métodos de maior eficácia contraceptiva existentes e de menor índice de gestação entre as mulheres estudadas. Nós temos dois grupos: o DIU hormonal e o DIU não hormonal. 

Vamos falar um pouquinho sobre cada um deles? O DIU não hormonal como o nome diz, não possui hormônio e pode ser coberto de cobre ou de cobre com prata. O de cobre é aquele DIU mais tradicional com duração de 10 anos. Ele age de forma que repele o espermatozoide, causando um processo inflamatório no endométrio que faz com que ele produza um muco mais espesso, diminuindo a mobilidade das trompas uterinas. Com isso, não vai acontecer a fertilização, pois o óvulo não se encontra com espermatozoide, mantendo assim a contracepção. 

Por ser revestido pelo metal cobre, o DIU vai fazer um processo inflamatório e durante o período menstrual vai aumentar o seu fluxo e a possibilidade de cólica. Essas reações podem variar de uma mulher para outra. Algumas delas sentem de uma forma muito mais intensa o aumento de fluxo e cólica. Já outras, se adaptam muito bem. 

O DIU de prata com cobre vem exatamente para cobrir esse espaço e tentar diminuir os efeitos inflamatórios fazendo com que a mulher tenha menos cólica, menos sangramento e com isso uma melhor adaptação a esse dispositivo não hormonal. Fora essa diferença que a prata estabiliza o cobre dando menos efeito colateral, esse DIU vai passar a ter uma duração de cinco anos. 

Quem são as mulheres que não podem usar esse tipo de DIU? Normalmente, as mulheres que não querem ter menstruação, que fazem uso de anticoagulante, que possuem alguma discrasia sanguínea, que tenham um sangramento já muito volumoso ou cólica significativa e pacientes com endometriose, já que ele faz um processo inflamatório local, podendo aumentar os focos existentes. 

E o DIU hormonal? Possuímos dois exemplares no mercado. E os dois possuem o mesmo hormônio: Levonorgestrel, um progestínico. Portanto, não possui estrogênio na sua composição. O estrogênio é aquele hormônio que a gente tenta evitar em pacientes que têm risco de tromboembolismo, paciente com câncer de mama, paciente com hipertensão que tem contraindicação para o uso daqueles contraceptivos orais combinados por possuírem esse hormônio sintético na sua fórmula. 

O DIU hormonal pode ser um aliado, ele só possui o Levonorgestrel. O Mirena foi o primeiro a ser lançado, libera por volta de 20 microgramas por dia de Levonorgestrel e consegue fazer uma redução do fluxo menstrual de uma forma bastante significativa ao ponto da maioria das mulheres acabarem entrando em amenorreia, que é a parada da menstruação.  

O Kyleena veio como uma novidade há um ano, ele também possui Levonorgestrel, só que libera uma quantidade muito pequena de hormônio diariamente, cerca de 12 microgramas ao dia. Muitas dessas mulheres não entrarão em amenorreia. Então, quando o intuito é somente método contraceptivo e não parar a menstruação, é um excelente método a ser utilizado. A ação dos hormônios do Mirena e do Kyleena tende a ser mais local sem tantas repercussões sistêmicas.

O Kyleena, por ter uma dosagem muito mais baixa, a paciente tende a ovular regularmente. 100% das pacientes usuárias do Kyleena no terceiro ano de uso ficam com a sua ovulação regular. Isso prova que a sua repercussão sistêmica é diminuta. Os DIUs, por serem métodos de longa duração e de uso local, sofrem menos influência da usuária, do uso irregular, da associação com outras que diminuem a efetividade do método e estão associadas à alta taxa de natalidade após a retirada dele. Eles não interferem na fertilidade dessas mulheres. 

A seguir, alguns pontos importantes a respeito do DIU: para a sua colocação é necessário saber o tamanho do útero. Hoje, temos no mercado vários tamanhos de DIUs e o tamanho ideal vai fazer com que você tenha uma melhor adaptação ao método. A colocação do dispositivo pode ser feita no consultório médico de forma rápida, sendo necessário somente estar menstruada ou estar portando um beta HCG da véspera do procedimento.

A sua ginecologista vai fazer uma anamnese completa, retirar os fatores de contraindicação e escolher o melhor método para seu caso específico. É sempre bom lembrar que os DIUs não protegem contra infecções sexualmente transmissíveis e o uso da camisinha continua sendo indicado.

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Dra. Tina Batalha

Foto de Dra. Tina Batalha

Vice-presidente da Associação Brasileira de Cosmetoginecologia - ABCGIN, Professora da Universidade Internacional de Atlanta (EUA) e sócia da Clínica EMEG. Possui pós-graduação em Medicina Estética pela SBME (Sociedade Brasileira de Medicina Estética); em Colposcopia pela SOBACI (Sociedade Bahiana de Citopatologia), e em Patologia do trato Genital Inferior e Colposcopia pela UFBA. 

Instagram: @dratinabatalha
 

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