2022 n&atilde;o foi um ano f&aacute;cil! Mas, com a chegada das festas de Natal e Ano Novo, encontrar algumas distra&ccedil;&otilde;es poss&iacute;veis pode ser o desejo de muitos. Uma das sa&iacute;das para relaxar pode ser maratonar epis&oacute;dios de s&eacute;ries que apresentem tem&aacute;ticas natalinas ou de R&eacute;veillon. Por isso, criamos este especial para ajudar o seu final de 2022. A lista foi pensada principalmente para alegrar o leitor, que deseja se desconectar um pouco da realidade e dar boas risadas. Al&eacute;m disso, o top 5 re&uacute;ne produ&ccedil;&otilde;es nacionais e internacionais, de streamings distintos e tem at&eacute; uma anima&ccedil;&atilde;o! &nbsp;&Eacute; importante frisar que todas sugest&otilde;es colocadas no texto podem ser assistidas mesmo por aqueles que nunca viram algum dos seriados citados, porque somente escolhemos obras procedurais (que possuem epis&oacute;dios independentes entre si).&nbsp;

5) Irm&atilde;o do Jorel: 2x09 (HBO Max): O Irm&atilde;o do Jorel tem uma fam&iacute;lia super atrapalhada e enrolada. Juntando estas caracter&iacute;sticas de seus parentes com o fato de que &eacute; Natal e a festa tamb&eacute;m ajuda a criar confus&otilde;es familiares, o epis&oacute;dio traz muitas perip&eacute;cias e cenas engra&ccedil;adas. A presen&ccedil;a do tio Valtinho acrescenta um qu&ecirc; a mais, porque &eacute; justamente ele o ponto de conflito do 2x09. Mas, para al&eacute;m disso, tem tamb&eacute;m a presen&ccedil;a da av&oacute; Juju, que traz frases hil&aacute;rias. &nbsp;

<center><img alt="Irmão do Jorel estreia especial de Natal na Cartoon Network e HBO Max | Arroba Nerd" src="https://i0.wp.com/www.arrobanerd.com.br/wp-content/uploads/2022/11/irmao-do-jorel-natal-1.jpeg?fit=800%2C449&amp;ssl=1" style="width: 650px; height: 365px;" /></center>

4) Tapas e Beijos: 4x36 (Globoplay): Sueli (Andrea Beltr&atilde;o) est&aacute; bastante empolgada com o Natal, porque vai passar a noite na casa do namorado, Jorge (F&aacute;bio Assun&ccedil;&atilde;o). J&aacute; F&aacute;tima (Fernanda Torres) est&aacute; desolada, porque acabou de sofrer um golpe e est&aacute; separada de Armani (Vladimir Brichta). Mas, n&atilde;o importa quem est&aacute; alegre ou triste, porque todo mundo passa por diversas atrapalha&ccedil;&otilde;es neste epis&oacute;dio. O clima de confus&atilde;o &eacute; costumeiro, mas a melhor parte deste 4x36, chamado O Melhor Natal da Rua, &eacute; ver as personagens falando sobre o clima natalino e at&eacute; vestindo roupas t&iacute;picas do festejo.

3) How I Met Your Mother: 1x11 (Prime Video): Tamb&eacute;m pautado na com&eacute;dia de erros, este &eacute; um dos melhores epis&oacute;dios da s&eacute;rie inteira. A grande confus&atilde;o se inicia a partir da ideia de Ted Mosby (Josh Radnor) em viver um R&eacute;veillon luxuoso, no qual ele e seus amigos v&atilde;o para cinco festas diferentes e de limousine, como diz o t&iacute;tulo do 1x11: The Limo. Um dos fatores mais relevantes aqui &eacute; que os roteiristas conseguem trabalhar as rela&ccedil;&otilde;es das personagens e desenvolver pontos importantes para trama dentro de todas as bagun&ccedil;as e subplots que s&atilde;o colocados na narrativa. &nbsp;

<center><img alt="How I Met Your Mother&quot; The Limo (TV Episode 2005) - IMDb" src="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BNzJlYmJlMjYtNjAwMy00ODU0LWI4ZDMtMGFlMWU2YWMxMzIwXkEyXkFqcGdeQXVyMjg2MTMyNTM@._V1_.jpg" style="width: 650px; height: 382px;" /></center>

2) Dash e Lily: s&eacute;rie inteira (Netflix): A segunda dica n&atilde;o &eacute; apenas um epis&oacute;dio, mas uma miniss&eacute;rie inteira. Dash e Lily &eacute; uma com&eacute;dia rom&acirc;ntica natalina, que mostra dois jovens se apaixonando. Ela ama Natal e ele odeia. &Eacute; curioso observar a forma como a dupla vai se conhecendo e se encantando um pelo outro. Um dos pontos altos do roteiro &eacute; como ele, na demora em colocar o casal junto, faz com que o espectador crie uma empatia por eles individualmente, potencializando a torcida pelo casal. Al&eacute;m de ser uma produ&ccedil;&atilde;o fofa e leve, h&aacute; tamb&eacute;m os momentos engra&ccedil;ados e inusitados, dentro dessa din&acirc;mica de Lily, Dash e seus amigos.

<center><img alt="Com apenas uma temporada, Dash &amp; Lily é cancelada pela Netflix | Capricho" src="https://capricho.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Dash-Lily.png?w=1280&amp;h=720&amp;crop=1" style="width: 650px; height: 366px;" /></center>

1) Friends: 7x10 (HBO Max): Friends &eacute; uma sitcom que ficou conhecida por ter diversos epis&oacute;dios cl&aacute;ssicos de final de ano. Seria poss&iacute;vel fazer uma lista somente com indica&ccedil;&otilde;es dentro deste seriado, mas, sem d&uacute;vidas, o melhor de todos &eacute; o 7x10 - Aquele com o Tatu Natalino. Al&eacute;m de algumas quest&otilde;es, que colocam o p&uacute;blico no clima do Natal ou divertem, como as decora&ccedil;&otilde;es natalinas por todos os cen&aacute;rios ou as t&iacute;picas esquisitices de Phoebe (Lisa Kudrow), os grandes respons&aacute;veis pelas melhores cenas do 7x10 s&atilde;o Ross (David Schwimmer) e Chandler (Matthew Perry). Disputando pela aten&ccedil;&atilde;o do pequeno Ben (Cole/Dylan Sprouse) para quem conta a melhor hist&oacute;ria.&nbsp;

<iframe allowfullscreen="" class="giphy-embed" frameborder="0" height="480" src="https://giphy.com/embed/21TxNy1MqKKXxibcp8" width="480"></iframe>

A forma como Ross insiste em fazer Ben, que &eacute; seu filho, a gostar do Hanukkah - celebra&ccedil;&atilde;o judaica - &eacute; t&atilde;o forte, que o garoto come&ccedil;a a achar que o Papai Noel n&atilde;o gosta dele. A situa&ccedil;&atilde;o fica cada vez mais c&ocirc;mica, porque, para convencer a crian&ccedil;a que ele n&atilde;o fez nada de errado, Ross tenta encontrar uma fantasia de Noel, mas s&oacute; consegue achar uma de Tatu, por&eacute;m Chandler aparece com a roupa de Papai Noel, criando a disputa entre eles.

Al&eacute;m disso, ainda tem todo o plot de Rachel preferir morar com o Joey e, por isso, a Phoebe presenteia ele com uma bateria. A cena em que Rachel e Joey criam uma m&uacute;sica que no final tem &ldquo;Tequila&rdquo;&eacute; impag&aacute;vel. Com certeza, este &eacute; um dos epis&oacute;dios mais memor&aacute;veis e engra&ccedil;ados da s&eacute;rie.&nbsp;

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Wandinha? Wednesday? Quartinha? N&atilde;o importa como o p&uacute;blico prefere chamar a nova produ&ccedil;&atilde;o da Netflix. Na verdade, o que interessa &eacute; que ela se tornou um grande hit. De acordo com dados da Netflix, a s&eacute;rie bateu o recorde de Stranger Things, tornando-se o seriado de l&iacute;ngua inglesa mais visto em uma semana. Todavia, a pergunta que fica no ar &eacute; se esta obra &eacute; boa de verdade ou se a sua popularidade vem de todo um burburinho ao seu redor. Bom, a primeira coisa que deve ser dita sobre Wandinha &eacute; que ela &eacute; divertida.

Apesar de algumas quedas r&iacute;tmicas durante a temporada, todos os epis&oacute;dios apresentam subplots que instigam e cliffhangers poderosos que fazem o espectador querer a maratonar o mais r&aacute;pido poss&iacute;vel. Neste sentido, o ponto alto aqui &eacute; o 1x04 - Noite de desgosto. Al&eacute;m de trazer toda a sequ&ecirc;ncia da dan&ccedil;a de Wandinha - que foi coreografada pela atriz Jenna Ortega - h&aacute; uma constru&ccedil;&atilde;o de tens&atilde;o e cl&iacute;max que funcionam.

<center><img alt="Siouxsie and the Banshees inspirou dança de Wandinha" src="https://igormiranda.com.br/wp-content/uploads/2022/11/wandinha-danca.jpg" style="width: 650px; height: 340px;" /></center>

A combina&ccedil;&atilde;o da dire&ccedil;&atilde;o de Tim Burton (Os Fantasmas se divertem) com o roteiro de Kayla Alpert (Emily in Paris) entrega momentos nos quais as pistas para desvendar os mist&eacute;rios de Jericho s&atilde;o inseridos, mas tamb&eacute;m as emo&ccedil;&otilde;es das personagens s&atilde;o investigadas. H&aacute; uma vulnerabilidade maior de Wandinha neste 1x04, porque &eacute; a partir daqui que ela se deixa as suas emo&ccedil;&otilde;es conduzirem a sua investiga&ccedil;&atilde;o.

Neste sentido, o &aacute;pice qualitativo do trabalho de Burton acontece neste epis&oacute;dio justamente porque &eacute; quando o realizador est&aacute; ainda mais consciente de como sua cria&ccedil;&atilde;o deve estar &agrave; servi&ccedil;o das a&ccedil;&otilde;es e descobertas da protagonista. Tim imprime conten&ccedil;&atilde;o nas cenas mais &iacute;ntimas, por exemplo, e permeia a tela de efeito quando a narrativa pede. &nbsp;Um exemplo &eacute; no momento do boicote a festa, quando &eacute; instalada a atmosfera de terror, com o uso intercalado de planos abertos e fechados, com pequenas pans.&nbsp;

Este recurso faz com que a tens&atilde;o se eleve, mas tamb&eacute;m entrega alguma comicidade para a sequ&ecirc;ncia, al&eacute;m de deixar uma refer&ecirc;ncia n&iacute;tida ao cl&aacute;ssico Carrie, a estranha. Por essas raz&otilde;es, tem-se aqui uma boa sequ&ecirc;ncia e ainda um qu&ecirc; a mais para os amantes do g&ecirc;nero. Assim, at&eacute; a metade da temporada, que &eacute; quando a produ&ccedil;&atilde;o &eacute; dirigida por Tim Burton, existe essa cria&ccedil;&atilde;o de um thriller/terror juvenil, bem na pegada Sess&atilde;o da Tarde. Mas, isto, na verdade, &eacute; um elogio.&nbsp;

Burton est&aacute; consciente de suas marcas autorais, por&eacute;m as usa com cautela e eleg&acirc;ncia, deixando que seu estilo crie este universo ficcional rico. Porque Wandinha tem este fator ao seu favor. Para al&eacute;m do talento de Burton, a mitologia que cerca a obra &eacute; costurada. Seja pela Escola Nunca Mais, pelos poderes dos estudantes e aulas que eles t&ecirc;m, ou at&eacute; na constru&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria Fam&iacute;lia Adams, h&aacute; criatividade nestas elabora&ccedil;&otilde;es, mas um uso direto destas cria&ccedil;&otilde;es para o pr&oacute;prio enredo.

Um fato que ilustra isso &eacute; que Enid (Emma Myers) est&aacute; atrasada na sua transforma&ccedil;&atilde;o em lobisomem, mas esta transi&ccedil;&atilde;o acontece no momento ideal para a trama. Al&eacute;m disso, h&aacute; o desafio de representar os Adams, que possuem d&eacute;cadas de presen&ccedil;a em exibi&ccedil;&otilde;es na TV e nos cinemas, mas que aqui eles t&ecirc;m uma personalidade pr&oacute;pria, mesmo que com tantas refer&ecirc;ncias aos Adams do passado. O ponto alto destes parentes incomuns est&aacute; na garota que d&aacute; nome ao seriado. A Wandinha de Jenna Ortega &eacute; visceral e cheia de camadas.

Ainda que em alguns momentos Ortega exagere por deixar n&iacute;tido na tela que ela est&aacute; se esfor&ccedil;ando demasiadamente para criar esta figura que tem express&otilde;es faciais neutras e amor pelo sombrio, ela tamb&eacute;m alcan&ccedil;a um outro grau de interpreta&ccedil;&atilde;o com sua Wandinha. Para Cristina Ricci, por exemplo, os olhares perdidos e o tom sarc&aacute;stico soavam com bastante organicidade. Ortega deixa a sensa&ccedil;&atilde;o de que &eacute; &aacute;rduo para ela esconder as emo&ccedil;&otilde;es de sua personagem.&nbsp;

<center><img alt="O que torna a amizade de Wandinha e Enid especial?" src="https://epipoca.com.br/wp-content/uploads/2022/11/enid-wandinha-netflix-29112022-1200x675.jpg" style="width: 650px; height: 366px;" /></center>

Todavia, isso funciona, porque &eacute; nesta luta entre frieza e sentimentos intensos que esta nova Wandinha tem mais complexidades e cria uma empatia forte com os espectadores. A partir desta composi&ccedil;&atilde;o de Jenna, que funciona na maior parte do tempo, outro ponto efetivo da temporada &eacute; a narra&ccedil;&atilde;o. Voz em off n&atilde;o &eacute; uma coisa que toda obra precisa e muitas vezes &eacute; mal feita, distanciando mais quem assiste do que o contr&aacute;rio.&nbsp;

No entanto, tanto o texto como a voz de Ortega fazem com que exista um tom de cumplicidade instaurado. Os pensamentos de Wandinha n&atilde;o apenas direcionam a plateia para seguir a sua l&oacute;gica dentro dos conflitos apresentados, mas tamb&eacute;m empolgam e aumentam o n&iacute;vel da suspens&atilde;o. Dentro de todo este contexto, existem algumas falhas que diminuem a qualidade de Wandinha, como a troca da dire&ccedil;&atilde;o, que faz com que exista entre os epis&oacute;dios 5 e 8 distin&ccedil;&otilde;es qualitativas, deixando alguns epis&oacute;dios um tanto mornos, principalmente o 1x07.

Ele n&atilde;o &eacute; exatamente um filler, mas s&atilde;o colocadas muitas reitera&ccedil;&otilde;es aqui. Enquanto Burton trazia mobilidade e din&acirc;mica para estes instantes de repeti&ccedil;&atilde;o no in&iacute;cio do seriado, James Marshall (Supergirl) &eacute; mais protocolar, fazendo com que haja um pequeno desequil&iacute;brio no ritmo. Ainda assim, o resultado geral da produ&ccedil;&atilde;o n&atilde;o fica t&atilde;o comprometido.&nbsp;

Na jun&ccedil;&atilde;o da atua&ccedil;&atilde;o de Jenna Ortega, a estil&iacute;stica de Burton, atores coadjuvantes entregues e um roteiro equilibrado, Wandinha tem uma primeira temporada divertida. O objetivo mais importante de um seriado &eacute; alcan&ccedil;ado aqui: a sede pelo pr&oacute;ximo ano. Ser&aacute; que a Netflix vai renov&aacute;-la? Talvez, esse n&atilde;o seja um mist&eacute;rio t&atilde;o grande assim.&nbsp;

VEJA O TRAILER

<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" scrolling="no" src="https://www.youtube.com/embed/jC1UClvq9i8" title="Wandinha | Trailer oficial | Netflix" width="560"></iframe>

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Em 2022, o drama mais famoso do streaming Hulu chega &agrave;&nbsp;sua quinta temporada. Com altos e baixos durante os seus anos de exibi&ccedil;&atilde;o, a produ&ccedil;&atilde;o divide opini&otilde;es. O p&uacute;blico que acompanhou ou que continua acompanhando o seriado&nbsp;possui alguns inc&ocirc;modos v&aacute;lidos em termos do discurso que ele apresenta. A obra, que &eacute; uma adapta&ccedil;&atilde;o hom&ocirc;nima do livro de &nbsp;Margaret Atwood, nasceu em 2017 e parecia buscar um di&aacute;logo com quest&otilde;es feministas, atrav&eacute;s de uma distopia.

Os Estados Unidos se transforma em Gilead e toda a sua popula&ccedil;&atilde;o passa a viver sob um regime autorit&aacute;rio. A hist&oacute;ria possui um emaranhado de desenvolvimentos e caminhos m&uacute;ltiplos, mas o que importa neste texto &eacute; entender que, desde o seu in&iacute;cio, Handmaid&rsquo;s falhava em trazer uma vis&atilde;o plural para as hist&oacute;rias das suas personagens, encaminhando-se para uma discuss&atilde;o bastante pautada em um feminismo branco h&eacute;tero cisg&ecirc;nero.

Em cada ano a mais de dura&ccedil;&atilde;o, Handmaid &#39;s ia deixando de lado os plots das figuras femininas que fugissem desta normatividade, como s&atilde;o os casos de Moira (Samira Wiley) e Emily (Alexis Bledel). Lentamente, ambas foram perdendo espa&ccedil;o na narrativa, fazendo com que o foco permanecesse quase que t&atilde;o somente na protagonista June (Elizabeth Moss) e na antagonista Serena (Yvonne Strahovski). E &eacute; justamente nesta rela&ccedil;&atilde;o das duas e em seus conflitos individuais que a quinta temporada vai se basear.

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/nrDhscY/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 1024px; height: 675px;" />June (Elisabeth Moss) e Moira (Samira Wiley)

Para al&eacute;m das limita&ccedil;&otilde;es dentro da sua proposta de discuss&atilde;o dos lugares e lutas que as mulheres ocupam, o quinto ano de Handmaid &#39;s falha tamb&eacute;m em manter sua qualidade r&iacute;tmica e de roteiro. A maior quest&atilde;o aqui &eacute; que os autores esgar&ccedil;am os conflitos, dando volta para as suas resolu&ccedil;&atilde;o, t&atilde;o somente para que exista uma season finale. Por conta disso, h&aacute; uma quebra de expectativa, pois a quantidade alta de suspens&atilde;o e jogo de mudan&ccedil;as de atmosfera (entre Gilead e fora de Gilead) era o que mais prendia o espectador &agrave; trama.

No entanto, ao inv&eacute;s de acompanhar o desenrolar dos conflitos de quem ficou ou saiu de Gilead, o que se encontra s&atilde;o v&aacute;rias sequ&ecirc;ncias semelhantes, que poderiam ser as mesmas, nas quais June debate o que ir&aacute; fazer para derrotar seus inimigos. Al&eacute;m disso, &eacute; insistente a inser&ccedil;&atilde;o de cenas de Nick (Max Minghella) explicando a raz&atilde;o pela qual n&atilde;o pode se desvencilhar de Gilead. Talvez, o &uacute;nico epis&oacute;dio que mere&ccedil;a aten&ccedil;&atilde;o seja o 5x07 (No Man &#39;s Land), no qual, finalmente, o embate entre June e Serena acontece e quando o enredo come&ccedil;a a se encaminhar para o cl&iacute;max.&nbsp;

Contudo, ap&oacute;s o 5x07, a s&eacute;rie volta a caminhar em c&iacute;rculos e a fazer reitera&ccedil;&otilde;es, para que a hist&oacute;ria dure dez epis&oacute;dios e ainda consiga ter a sua finale. Ainda assim, com quest&otilde;es de discurso e de roteiro, alguns pontos positivos podem ser destacados. As interpreta&ccedil;&otilde;es de Elisabeth e Yvonne s&atilde;o o &aacute;pice em termos de atua&ccedil;&atilde;o. Obviamente, isto tamb&eacute;m se d&aacute; por elas possu&iacute;rem mais tempo de tela, por&eacute;m as duas int&eacute;rpretes sabem utilizar o espa&ccedil;o que ganharam e fazem com que o jogo entre Serena e June seja maior at&eacute; do que o pr&oacute;prio di&aacute;logo.

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/kMynzdY/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 1024px; height: 688px;" /> Yvonne Strahovski e Elisabeth Moss em cena

Jogando com os olhares, Elisabeth e Yvonne entregam as inten&ccedil;&otilde;es mais fortes do texto no sil&ecirc;ncio. Al&eacute;m dos olhos, as atrizes usam as pequenas aproxima&ccedil;&otilde;es e os afastamentos sutis entre elas para aumentar ou diminuir a tens&atilde;o de cada cena. O relacionamento ca&oacute;tico e t&oacute;xico da dupla &eacute; elaborado de forma mais complexa no n&atilde;o verbal e as respira&ccedil;&otilde;es fomentam ainda mais esta din&acirc;mica. Ainda que seja lament&aacute;vel a aus&ecirc;ncia de outras personagens relevantes e que mereciam voz nesta temporada, os momentos entre June e Serena s&atilde;o os pontos altos do quinto ano da produ&ccedil;&atilde;o.

Em termos de dire&ccedil;&atilde;o, pode-se dizer que Elisabeth Moss (Iluminadas) continua acertando na m&atilde;o, com a sua decupagem que revela a sua preocupa&ccedil;&atilde;o em colocar as atua&ccedil;&otilde;es em voga, sim, mas que faz isso &agrave; servi&ccedil;o da narrativa, sem medo de se conter ou n&atilde;o nas movimenta&ccedil;&otilde;es de c&acirc;mera. Todavia, &eacute; a brasileira Natalia Leite (M.F.A.) que dirige o melhor epis&oacute;dio do quinto ano de Handmaid. Natalia, ao lado de seu fot&oacute;grafo Stuart Campbell (The Manhattan Project), equilibra o suspense, a intimidade entre June e Serena e a investiga&ccedil;&atilde;o dos sentimentos e emo&ccedil;&otilde;es das duas personagens, atrav&eacute;s de planos e luzes que deixam Serena e June com uma liga&ccedil;&atilde;o intensificada.

Ainda que os enquadramentos sejam mais abertos e a ilumina&ccedil;&atilde;o reduzida - com exce&ccedil;&atilde;o dos flashbacks, que possuem a mesma est&eacute;tica do per&iacute;odo em que June estava em Gilead -, a conex&atilde;o da dupla se fortalece. &Eacute; como se fosse criado um sentido novo para a l&oacute;gica das duas. No escuro, na liberdade e dentro de espa&ccedil;os amplos, elas ganham a oportunidade de se entenderem e encontrarem algo em comum. N&atilde;o h&aacute;, por&eacute;m, uma reden&ccedil;&atilde;o para Serena ou um enfraquecimento de prop&oacute;sitos de June. Mas, a partir destes recursos t&eacute;cnicos, as duas recebem instantes relevantes para a trama e que t&ecirc;m a sua potencialidade aumentada atrav&eacute;s destas estrat&eacute;gias.

Contudo, ao se pensar no resultado total, a quinta temporada de The Handmaid &#39;s Tale (O Conto da Aia, em portugu&ecirc;s) poderia ser mais enxuta e n&atilde;o abandonar as suas personagens mais diversas. Assim, se a escolha &eacute; apenas manter o enfoque na rela&ccedil;&atilde;o de June e Serena, somente tr&ecirc;s epis&oacute;dios seriam necess&aacute;rios. Desta maneira, quem assiste ao seriado pode ver o 5x01, o 5x07 e o 5x10 e ir&aacute; conseguir acompanhar o plot completo do ano 5 da s&eacute;rie. A esperan&ccedil;a &eacute; a de que a finale amarre todas as premissas de outras figuras centrais e v&aacute; direto ao ponto quando o assunto &eacute; o destino de June Osborne e/ou de sua antagonista Serena Waterford.

ONDE ASSISTIR:&nbsp;Amazon Prime Video,&nbsp;Paramount+ e&nbsp;Globoplay

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/ZWfSbKs/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 1024px; height: 682px;" />

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

<pre style="text-align: justify;">
Foto: divulga&ccedil;&atilde;o</pre>

&nbsp;

Ah, as farofas! Sabe aquele filme ou s&eacute;rie que voc&ecirc; assiste somente para se distrair e termina a sess&atilde;o se sentindo mais leve? A produ&ccedil;&atilde;o n&atilde;o precisa ser requintada ou nem mesmo alcan&ccedil;ar algum padr&atilde;o do que &eacute; considerada uma boa obra, mas voc&ecirc; a finaliza com uma sensa&ccedil;&atilde;o de que encontrou certo conforto. Talvez pelas risadas ou a falta de compromisso em trazer alguma excel&ecirc;ncia, a farofinha pode ser uma boa pedida.&nbsp;

E esta pode justamente ser a busca do espectador ao selecionar Nada Suspeitos para assistir. Todavia, ser&aacute; que a nova com&eacute;dia da Netflix &eacute; boa ou pelo menos cumpre seu papel de entretenimento despretensioso? Primeiramente, &eacute; preciso se voltar para a pr&oacute;pria produ&ccedil;&atilde;o, analisando alguns de seus fatores internos para tentar compreender como a t&eacute;cnica contribui para o seu resultado. Uma das coisas que chama a aten&ccedil;&atilde;o de pronto para o seriado &eacute; o elenco que cont&eacute;m figuras conhecidas do cen&aacute;rio brasileiro de artistas e famosos.&nbsp;

Nomes como Silvero Pereira (Bacurau), Ma&iacute;ra Azevedo (At&eacute; o Fim), Thati Lopes (Di&aacute;rios de Interc&acirc;mbio), Gkay (Carnaval) e Fernanda Paes Leme (Cilada.com) podem empolgar o p&uacute;blico. No entanto, um dos elementos mais falhos de Nada Suspeitos s&atilde;o as atua&ccedil;&otilde;es. Contudo, isso n&atilde;o &eacute; necessariamente culpa do elenco, que parece tentar convencer e criar uma rela&ccedil;&atilde;o entre si. O que acontece na verdade &eacute; que o jogo de cena &eacute; constantemente perturbado pela necessidade de criar piadas.&nbsp;

S&oacute; que n&atilde;o tem como estas tiradas funcionarem se n&atilde;o h&aacute; um contexto ou uma atmosfera constru&iacute;da previamente. Assim, muito antes do espectador ter estabelecido a sua entrada naquele universo ficcional, uma chuva de gags &eacute; jogada. Al&eacute;m disso, a constante bagun&ccedil;a interfere na narrativa. Algumas das partes que mostram como aquelas pessoas s&atilde;o disfuncionais, confusas e desorganizadas s&atilde;o v&aacute;lidas, porque revelam o estado ca&oacute;tico no qual as personagens se encontram.&nbsp;

No entanto, elas poderiam ter sido inseridas em uma crescente e com uma mise-en-sc&egrave;ne&sup1; mais bem trabalhada e uma decupagem pensada para que fosse um caos organizado. Ou seja, a forma como o elenco &eacute; colocado em cena, suas a&ccedil;&otilde;es e como eles s&atilde;o filmados merecia um olhar mais cuidadoso, para que quem assistisse embarcasse junto. Por isso, a obra como um todo conta com uma artificialidade, o que acaba a deixando entediante e, pior, sem gra&ccedil;a.

Alguns momentos s&atilde;o realmente divertidos e valem a sess&atilde;o &ndash; como a festa de anivers&aacute;rio de Jorginho (Paulo Tiefenthaler), principalmente a apresenta&ccedil;&atilde;o de Aquila (Silvero), que possui planos e movimenta&ccedil;&otilde;es de c&acirc;mera que criam imers&atilde;o e conectam a plateia com a hist&oacute;ria. Isto porque esta celebra&ccedil;&atilde;o j&aacute; ocorre mais para o final da temporada, quando foi poss&iacute;vel ganhar algum la&ccedil;o com aquelas figuras e, mais ainda, porque cada situa&ccedil;&atilde;o trazida no 01x07 &eacute; colocada separadamente, deixando espa&ccedil;o para que a frui&ccedil;&atilde;o aconte&ccedil;a livremente.&nbsp;

<img alt="image" src="https://i.ibb.co/JF8PRc7/image.png" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 700px; height: 390px;" />

&Eacute; poss&iacute;vel acompanhar as din&acirc;micas de cada n&uacute;cleo e se rir com eles. Afinal, este &eacute; o objetivo aqui e ele fica dilu&iacute;do na maior parte dos epis&oacute;dios. Porque a quest&atilde;o do crime, em si, que circunda a trama, &eacute; um tanto &oacute;bvia e t&atilde;o clich&ecirc;, que j&aacute; desde os primeiros minutos ap&oacute;s o assassinato &eacute; n&iacute;tida a reposta de quem o cometeu. Assim, o que valeria mesmo seria acompanhar as perip&eacute;cias das personagens, que desejam a heran&ccedil;a de Jorginho, sem que consequ&ecirc;ncias ruins cheguem.&nbsp;

Para completar este cen&aacute;rio, o desfecho do seriado faz com que a temporada caia um pouco mais, justamente porque ela se vale demais da revela&ccedil;&atilde;o de quem cometeu o crime, muito mais do que das consequ&ecirc;ncias do acontecido.

Desta forma, Nada Suspeitos fica um pouco abaixo da m&eacute;dia, trazendo um clima morno, que pode at&eacute; mesmo impedir alguns de terminar a temporada inteira.&nbsp;

Com certa parte c&ocirc;mica que funciona aqui e ali &ndash; como no conflito que surge quando Xandra (GKay) est&aacute; sem seus rem&eacute;dios &ndash;, a falta de um melhor planejamento entre constru&ccedil;&atilde;o de personagem, de conflitos e inser&ccedil;&atilde;o das piadas, acaba comprometendo a s&eacute;rie. Por fim, ainda existe um inc&ocirc;modo com a pr&oacute;pria figura da Xandra, que apresenta uma sexualidade mal representada, na qual a poss&iacute;vel lesbianidade dela &eacute; impressa apenas como algo para rir.

Novamente, eles se deixam levar pela piada, alcan&ccedil;ando, assim, a meta oposta.

<iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/GrIlPD6I55A" title="YouTube video player" width="560"></iframe>

Mise-en-sc&egrave;ne&sup1;: disposi&ccedil;&atilde;o de cen&aacute;rios no palco, no teatro.

*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;Aratu On.

Enoe Lopes Pontes

Todos os textos de Enoe Lopes Pontes

Últimas no Colunistas On

Verão, Sol e herpes labial: existe relação?

O reajuste do salário mínimo e o impacto nas finanças pessoais

Uma coluna sobre inovação e empreendedorismo de impacto. Será que faz sentido?

Alimentação interfere nos cuidados com os dentes na infância, alerta odontopediatra

Publicidade