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Saúde e Bem-Estar

Pet Terapia: quando o convívio com os animais torna-se terapêutico

Dra. Anita Rocha

Colunista On: Dra. Anita Rocha

Algologista e especialista no tratamento da dor
Pet Terapia: quando o convívio com os animais torna-se terapêutico
Foto: ilustrativa/Pexels

 

A Pet Terapia, também conhecida como terapia com animais de estimação, ou, ainda, terapia assistida por animais, consiste no uso de animais como forma de ajudar aos pacientes a lidar com e a se recuperar de algumas condições de saúde física, social e mental, bem como a melhorar as suas funções cognitivas. Trata-se de uma intervenção direcionada, individualizada e com critérios específicos em que o animal é parte integrante do processo de tratamento. 

A terapia assistida por animais não é recente. Embora não haja consenso, acredita-se que a mesma tenha surgido em 1792, na Inglaterra, quando William Tuke propôs o uso de animais domésticos no tratamento de pacientes portadores de doença mental de um asilo psiquiátrico em Londres. Após esta data, surgiram outros relatos de experiências envolvendo a utilização de diferentes animais com o mesmo fim, proporcionar o cuidado do paciente e a superação de algumas patologias.

Hoje, observa-se um crescimento desta prática e do interesse da população científica acerca dos seus benefícios.  Acredita-se que através da terapia assistida por animais seja possível promover aos pacientes a redução da percepção da dor, diminuição da ansiedade, do estresse e de seus biomarcadores, o que implica em maiores índices de recuperação, entre outros benefícios. Além disto, foram verificados alguns benefícios indiretos, como aumento da atividade física, aumento da interação social e auxílio na educação dos pacientes e dos familiares, uma vez que, observando o contexto vivenciado pelos animais, é possível iniciar diálogos acerca de temas específicos de saúde e de adoecimento. Estudos demonstram que a terapia assistida pelos animais promove um aumento no aprendizado pois proporciona motivação e estímulo, os quais são elementos essenciais para este fim. 

O método de terapia assistida por animais pode ser utilizado em pacientes com diferentes idades. Em indivíduos idosos, por exemplo, está associada a maior conforto dos pacientes, promove engajamento, incentiva percepções, além de contribuir para reduzir a irritabilidade, a intolerância e os transtornos do humor naqueles indivíduos que os apresentam. Efeitos positivos têm sido observados em pacientes com demência senil, mal de Alzheimer, esquizofrenia e na reabilitação de idosos.

Benefícios fisiológicos adicionais também têm sido descritos, a exemplo da redução dos níveis de triglicérides, do colesterol total, da frequência cardíaca e da pressão arterial, com consequente redução das doenças cardiovasculares e maior facilidade de recuperação em caso de doença já instalada. Estudos demonstram que as pessoas que interagem com os animais, falando com eles, acariciando-os ou manuseando-os, cursam com diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, atingindo, esta última valores inferiores aos apresentados por pessoas saudáveis em situação de repouso. 

Os ambientes para realizar esse tipo de terapia também são diferentes. Há relatos de visitas em domicílios, em casa de repouso e em unidades hospitalares. Independente da natureza da visita, tem por fim aumentar o bem-estar dos pacientes ao longo da vida. O tipo exato de terapia animal pode variar muito, dependendo da condição da pessoa e da proposta do tratamento. As pessoas podem escolher entre os diferentes tipos de animais, sejam eles aves, cães, cavalos, dentre outros, uma vez que a terapia assistida por animal se baseia no conceito de vínculo humano-animal.

Segundo a Associação de Medicina Veterinária Americana, vínculo humano-animal é definido como uma relação mutuamente benéfica e dinâmica, entre pessoas e animais que influencia positivamente a saúde e o bem-estar de ambos. As aves, por exemplo, por serem coloridas e companheiras, têm uma grande aceitação entre os idosos e as crianças, sendo utilizadas como facilitadoras da saúde emocional, física, mental e cognitiva dos pacientes. Neste contexto, melhoram as relações interpessoais, a socialização, a afetividade, a autoestima e contribuem para a reabilitação dos pacientes. Dentre estes animais, três se destacam, são as ararajubas, os periquitos australianos e a calopsita, pois são mais facilmente adestráveis e carinhosas, principalmente com as crianças. 

Embora a maioria das pessoas imagine que a terapia assistida por animais possa ser exercida de maneira informal, os estudiosos reforçam a importância de que esta prática seja aplicada e supervisionada por profissionais de saúde, devidamente treinados e habilitados, sendo todo o processo documentado e avaliado periodicamente por toda a equipe de assistência ao paciente. Mais, a terapia assistida por animais não deve sem oferecida com uma opção terapêutica isolada. Nas diferentes situações, representa uma modalidade complementar ou alternativa, que contribui para melhorar a resposta a outros tratamentos, mas não para substitui-los. Em verdade, o objetivo da terapia assistida por animais é fortalecer o organismo, aliviar o sofrimento e/ou ajudar as pessoas a lidar com algumas situações de adoecimento.

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

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Dra. Anita Rocha

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Dra. Anita Rocha é médica Algologista , coordenadora do Itaigara Memorial Clínica da Dor, membro titular da Sociedade Brasileira de Anestesiologia; da Sociedade Brasileira de Dor e da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas da Dor. Possui residência médica em Anestesiologia pelo CET Obras Sociais Irmã Dulce; em Clínica da Dor pela UNESP-Botucatu e formação em Técnicas Intervencionistas para o tratamento da dor na Singular/Campinas. 

Instagram: @draanitarocha
 

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