Varíola dos Macacos: o carnaval do ano que vem pode ser cancelado? O Aratu on Explica para você

Se você entrou na internet nos últimos dias, provavelmente ouviu falar da varíola dos macacos. A nova doença tem despertado a atenção dos pesquisadores pela possibilidade de se comportar como uma “nova Covid-19”, provocando outra quarentena e capaz de cancelar o Réveillon e o Carnaval. Nossa equipe conversou com o infectologista Adriano Silva e agora o Aratu On explica para você sobre essa doença.

De acordo com o especialista, é pouco provável que haja uma situação pandemica com a varíola dos macacos. “Primeiro que ainda existem poucos casos confirmados no mundo e a capacidade de contaminação desse vírus é inferior a vírus da Covid-19”, pontua.

A principal forma de contaminação da varíola dos macacos é por meio de contato físico com alguém infectado e mesmo havendo transmissão através das vias aéreas por meio de gotículas em suspensão, essa forma menos eficaz. 

Além desses pontos, a letalidade da doença pode variar entre 1% e 10%. E ainda que não exista uma vacina própria para o vírus, estudos comprovam que a vacina de varíola tem alta taxa de imunização.

Ainda que não haja motivo para pânico, o médico incentiva que se mantenham os cuidados. “Por enquanto, a forma de se lidar com a doença é estar vigilante e atento e isolar as pessoas com casos confirmados. Mas também investigar o motivo desse aparecimento em outros lugares do mundo. Por via das dúvidas, é importante continuar higienizando as mãos, uma vez que a principal forma de contágio é através do contato”, sinaliza.

MUNDO

De acordo com um estudo publicado pelo Instituto Butantan, a varíola dos macacos é uma doença provocada por um vírus que infecta animais silvestres, mas também pode infectar os seres humanos. Seu primeiro registro foi em 1958, após  se manifestar em uma colônia de macacos usada para pesquisas. Em humanos, esse tipo de varíola apareceu pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo de onde se espalhou para África Ocidental e Central. 

Apesar de ter sido controlada por 40 anos, a doença voltou a se manifestar em 2017, na Nigéria. A preocupação das autoridades sanitárias aumentou após diversos casos serem identificados em países onde não havia aparecido antes. De acordo com a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês), entre 2018 e 2021, sete casos foram detectados no Reino Unido, principalmente em viajantes vindos de países com histórico da doença.

Recentemente, mais de 200 casos já foram confirmados em 20 países como Portugal, Espanha, Canadá, Estados Unidos e até mesmo na Argentina. Aqui no Brasil, até o último dia 30 de maio, dois casos estavam sob suspeita.

SINTOMAS

Alguns dos sintomas iniciais são febre, dores de cabeça, no corpo e exaustão, sendo sintomas parecidos com um resfriado ou uma gripe. Porém, a principal manifestação da doença é o surgimento de lesões na pele que podem se espalhar pelo rosto e também pelas demais partes do corpo, inclusive pelos órgãos genitais.

Esses machucados podem conter secreção ou não e se parecem com as marcas de uma catapora, criando uma espécie de crosta, que secam e posteriormente acabam caindo. Essa é uma das diferenças entre a Varíolas dos Macacos e a Covid: como o coronavírus não traz sintomas externos, pacientes com sintomas leves não eram percebidos e podiam frequentar lugares, expondo o vírus a pessoas sadias.

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