Mansa Musa: o homem mais rico da história viveu na África
Colunista On: Onã Rudá
Ativista antirracista e LGBTQIAP+, é fundador da Torcida LGBTricolor, do Bahia
Imagem do Atlas catalão
Se eu pedisse pra você falar de alguém tão rico, mas tão rico, que é difícil de estimar a riqueza, provavelmente você me falaria de um norte-americano ou de algum europeu, mas não. Eu estou falando de um cara cuja riqueza já foi estimada em 5 trilhões de dólares, o mais rico da história! Em 2015, a revista Money disse que ele era "mais rico do que alguém poderia descrever".
Esse é Musa Keita I, que começou o seu reinado em 1312. Ele era rei do império Mali, chamado de 'Mansa', ou "rei dos reis". Por isso ele era chamado de Mansa Musa. Ele herdou a política expansionista de seu pai, que controlava três dos principais pontos de extração de ouro DO MUNDO, na época.
Lá também tinha escravo, mas era bem diferente do que a gente conhece por aqui hoje em dia, porque eles usavam tecido de seda, tecidos brocados, caríssimos, e alguns usavam até cajados de ouro.
Musa foi conhecido por impulsionar a qualidade de vida do povo, na época. Construiu escolas, hospitais e uma universidade que cabia 25 mil alunos. Imagine aí! Quando ela fechou, ela se tornou uma biblioteca com mais de 1 milhão de exemplares. Muita coisa, né?
Dizem, também, que ele doava ouro a qualquer um que pedisse, e fazia caravanas e viagens. Durante uma peregrinação até Meca, levou mais de 60 mil pessoas, em viagem que durou cerca de um ano. Tinha mais de 80 camelos carregando entre 50 e 300 quilos de ouro, cada.
Na passagem pela cidade do Cairo, no Egito, Musa deu tanto ouro às pessoas que isso gerou uma crise inflacionária e demorou décadas para os preços das coisas voltarem ao normal.
Musa morreu em 1.337 e, com o avanço da Europa sobre o mundo, essa história acabou sendo diluída e secundalizada. Isso é pra gente perceber como a África é muito mais do que a gente conhece ou imagina. O homem mais rico da história do mundo veio de lá.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.
