Pajens caninos: padre encerra casamento após ver cães com alianças
Em entrevista ao portal Uol, a noiva, Brenda Jamilli, de 18 anos, disse que sentiu "muita tristeza" quando viu e ouviu a reação do padre, na cerimônia que foi realizada.
Por Da Redação
Um padre de Nova Olinda (CE) se recusou a dar a benção final de um casamento, após dois cachorros entrarem na cerimônia levando às alianças do casal. O caso tem promovido uma grande polêmica e dividiu opiniões na região.
Em entrevista ao portal Uol, a noiva, Brenda Jamilli, de 18 anos, disse que sentiu "muita tristeza" quando viu e ouviu a reação do padre, na cerimônia que foi realizada no último sábado (14/5): "Isso é o cúmulo, dois animais entrando na igreja com as alianças. É inadmissível", disse o sarcedote.
De acordo com Brenda, logo após que os animais entraram, o padre mudou o semblante e "fechou a cara". Ele então, encerrou a cerimônia sem dar a benção final, onde geralmente se diz: "Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva".
"Apenas assinamos o livro e ele deu as costas. Nos sentimos envergonhados, fracos, não tivemos ação nem de reagir na hora", contou a balconista.
O padre, identificado como César Retrão, da Paróquia São Sebastião, achou o fato dos cães entrarem na igreja inadimissível, porém, os noivos afirmaram que receberam autorização pérevia da secretária paroquial para levar os animais.
Brenda e o marido, de 24 anos, são membros de um Instituto que realiza acolhimento de animais de rua e os encaminha para adoação.
Os vira-latas Pipoca e Scooby, que levaram as alianças, foram resgatados pela ONG e adotados pelo casal. Eles estavam vestindo roupinhas "black-tie" e foram guiados em coleiras por parentes dos noivos.
Os dois animais sofriam maus-tratos e foram, também, atropelados. Ambos possuem deficiência: Pipoca é cega e Scooby só anda com três patas.
"Sou protetora da causa animal, luto pelo bem dos animais, luto para eles serem bem-vindos em qualquer lugar. Os seres mais puros da terra são os animais; e Pipoca e Scooby definem o amor, a pureza, a inocência", disse Brenda sobre a escolha dos cães como "pajens".
Em nota, o Instituto Lilica afirmou que o padre César Retrão já ajudou a entidade diversas vezes e que é "um sacerdote íntegro", mas que foi "angustiante a surpresa do repúdio em meio à cerimônia".
"Ao nosso entender, como cristãos, o amor estava ali representado", diz a nota.
A diocese do Crato afirmou que fará uma reunião com o bispo e o Colégio de Consultores para tratar sobre o assunto.
Brenda afirma que chegou a procurar o padre César para conversar durante a semana, mas que a casa paroquial estava fechada.
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