<pre style="text-align: justify;">
Foto: ilustrativa/Pexels</pre>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:20px;"><span style="color:#1abc9c;"><strong>A </strong></span></span>discrimina&ccedil;&atilde;o, sentida em todas as &aacute;reas, tornou o negro exclu&iacute;do da sociedade, da educa&ccedil;&atilde;o e consequentemente, do mercado de trabalho. E foi com muita luta que essa exclus&atilde;o diminuiu,&nbsp;aos poucos, e o negro foi encontrando lugar nos esportes e artes, mas n&atilde;o tinha acesso &agrave; universidade, por exemplo.</p>

<p style="text-align: justify;">Sendo assim, no m&ecirc;s de novembro, especificamente neste s&aacute;bado (20), data de morte de Zumbi dos Palmares (1695), o maior l&iacute;der do Quilombo dos Palmares, estabeleceu-se o Dia da Consci&ecirc;ncia Negra. A data &eacute; uma importante tentativa de refletirmos sobre a inser&ccedil;&atilde;o do negro na sociedade brasileira, mas ainda pouco diante da contribui&ccedil;&atilde;o do nosso povo na forma&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s.</p>

<p style="text-align: justify;">Buscando visibilizar, desmistificar e explicar diversos conceitos que permeiam esse universo, lancei, neste m&ecirc;s, nas minhas redes sociais,&nbsp;o <strong>&quot;Brasil Negro - por Professor Bira&quot;</strong>. Neste per&iacute;odo, voc&ecirc;s v&atilde;o ver personalidades, dicas de livros, filmes e a explica&ccedil;&atilde;o de alguns conceitos que costumam levantar d&uacute;vidas.</p>

<p style="text-align: justify;">Primeiro de tudo, vamos responder:&nbsp;<strong>o que &eacute; racismo?&nbsp;</strong>Segundo o fil&oacute;sofo e jurista professor Silvio de Almeida, &quot;&eacute; uma forma sistem&aacute;tica de discrimina&ccedil;&atilde;o que tem a ra&ccedil;a como fundamento e que se manifesta por meio de pr&aacute;ticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privil&eacute;gios, a depender do grupo racial ao qual perten&ccedil;am&quot;.</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>Por ser uma forma sistem&aacute;tica, ele se manifesta de diversas formas, como veremos abaixo:</strong></p>

<p style="text-align: justify;"><strong><span style="color:#1abc9c;">RACISMO ESTRUTURAL</span></strong></p>

<p style="text-align: justify;">&Eacute; a &quot;naturaliza&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es, h&aacute;bitos, situa&ccedil;&otilde;es, falas e pensamentos que j&aacute; fazem parte da vida cotidiana do povo brasleiro, e que promovem, direta ou indiretamente, a segrega&ccedil;&atilde;o ou o preconceito racial&quot;.</p>

<p style="text-align: justify;">A forma como a sociedade &eacute; constitu&iacute;da reproduz par&acirc;metros de discrimina&ccedil;&atilde;o racial, no campo da pol&iacute;tica e da economia, sendo o racismo estrutural naturalizado como parte integrante do meio social.</p>

<p style="text-align: justify;">O racismo estrutural &eacute; isso: a desvaloriza&ccedil;&atilde;o de pessoas negras e a perpetua&ccedil;&atilde;o da desigualdade. &Eacute; a falta de oportunidades, o preconceito, a segrega&ccedil;&atilde;o de mais da metade da popula&ccedil;&atilde;o.</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><strong>RACISMO INSTITUCIONAL</strong></span></p>

<p style="text-align: justify;">&Eacute; aquele exercido pelas institui&ccedil;&otilde;es, como o Estado, a Igreha, as empresas privadas e p&uacute;blicas, no qual certos grupos &eacute;tnicos, como negros ou &iacute;ndios, s&atilde;o marginalizados e rejeitados, seja direta ou indiretamente.</p>

<p style="text-align: justify;">Um dos maiores exemplos foi o apartheid, na &Aacute;frica do Sul, quando os negros estavam proibidos de frequentar os mesmos lugares que os brancos. Igualmente, nos Estados Unidos, havia leis desse tipo, que impediam os negros a estudarem nas mesmas escolas que os brancos, por exemplo.</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><strong>RACISMO CULTURAL</strong></span></p>

<p style="text-align: justify;">Resulta na cren&ccedil;a que existe superioridade entre as culturas existentes, no amplo sentido que &quot;cultura&quot; engloba religi&atilde;o costumes, l&iacute;nguas, dentre outras coisas.</p>

<p style="text-align: justify;">O racismo cultural foi usado como justificativa para colonizar e dominar territ&oacute;rios desde a antiguidade.&nbsp;Na &eacute;poca moderna, esse tipo de racismo pode incluir elementos do racismo institucional e individual.</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><strong>E O QUE &Eacute; O RACISMO RECREATIVO?</strong></span></p>

<p style="text-align: justify;">&Eacute; quando algum tipo de divertimento ou humor usa o racismo como fonte para nos entreter. Sendo assim, muitas vezes s&atilde;o usados estere&oacute;tipos para representar determinadas ra&ccedil;as. Ent&atilde;o, pense nas seguintes situa&ccedil;&otilde;es a seguir:</p>

<p style="text-align: justify;">- pessoas brancas fantasiadas de &quot;Nega Maluca&quot; no Carnaval;<br />
- a imagem da Globeleza como mulher negra &quot;ex&oacute;tica&quot;;<br />
- a representa&ccedil;&atilde;o dos &iacute;ndios como na novela Kubanacan;<br />
- as piadas sobre asi&aacute;tico ser &quot;tudo igual&quot;.</p>

<p style="text-align: justify;">Esses s&atilde;o alguns exemplos que mostram o significado de racismo recreativo. Por&eacute;m, podemos mostrar como ele faz parte das nossas viv&ecirc;ncias. Logo, era natural se divertir com esses tipos de personagens.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Contudo,&nbsp;esse tipo de humor humilha as pessoas, pois seus tra&ccedil;os s&atilde;o mostrados de forma rid&iacute;cula. Portanto, as identidades raciais s&atilde;o rebaixadas.</p>

<p style="text-align: justify;">Para continuar acompanhando o &quot;Novembro Negro -&nbsp;por Professor Bira&#39;, &eacute; s&oacute; acessar o Instagram do mestre (<a href="https://www.instagram.com/professorbira/" target="_blank">clique aqui</a>).</p>

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<div style=" color:#3897f0; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:550; line-height:18px;"><a href="https://www.instagram.com/p/CWGyn98PTgG/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style=" background:#FFFFFF; line-height:0; padding:0 0; text-align:center; text-decoration:none; width:100%;" target="_blank">Ver essa foto no Instagram</a></div>
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<p style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; line-height:17px; margin-bottom:0; margin-top:8px; overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/CWGyn98PTgG/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;" target="_blank">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por Professor Bira (@professorbira)</a></p>
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</blockquote>
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<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><em>*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;<strong>Aratu On</strong>.</em></span></p>


<p style="text-align: justify;"><span style="font-size:20px;"><span style="color:#1abc9c;"><strong>V</strong></span></span>oc&ecirc; j&aacute; deve ter ouvido falar no &ldquo;Julho das Pretas&rdquo;, ou que no dia 25 de julho comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, al&eacute;m do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. <em>Mas... voc&ecirc; sabe o porqu&ecirc;?</em></p>

<p style="text-align: justify;">Pra quem gosta de estudar Hist&oacute;ria e reverenciar a nossa mem&oacute;ria que tanto nos &eacute; negada e silenciada, Tereza de Benguela foi uma grande hero&iacute;na negra que lutou pelo fim da escraviza&ccedil;&atilde;o dos povos diasp&oacute;ricos oriundos das mais diversas partes do continente africano em terras brasileiras no s&eacute;culo XVIII. Essa mulher resiliente liderou o Quilombo Quariter&ecirc;, tamb&eacute;m chamado de Quilombo do Piolho, no atual estado do Mato Grosso, ap&oacute;s a morte de seu marido Jo&atilde;o Piolho.</p>

<p style="text-align: justify;">Ent&atilde;o, para chamar a aten&ccedil;&atilde;o para a realidade das mulheres negras no Brasil - marcada por viola&ccedil;&atilde;o dos direitos humanos e desigualdade racial e de g&ecirc;nero - que o movimento de mulheres negras viu a necessidade de estabelecer uma data para se discutir pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para esse grupo social. Elas n&atilde;o viam suas especificidades sendo debatidas dentro do movimento feminista, nem pelo movimento negro (composto majoritariamente por homens).</p>

<p style="text-align: justify;">O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi institu&iacute;do em 1992, na Rep&uacute;blica Dominicana, durante o 1&ordm; encontro de Mulheres Afro-latino-Americanas e Afro-Caribenhas. J&aacute; a homenagem &agrave; Tereza de Benguela e &agrave; mulher negra brasileira foi estabelecida no Brasil pela Lei Federal 12.987, de 2014, pensada e criada pela ent&atilde;o Secretaria Especial de Pol&iacute;ticas para as Mulheres e a Secretaria da Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade racial, ambas tendo status de Minist&eacute;rio de Estado no governo da Presidenta Dilma Rousseff (PT).</p>

<p style="text-align: justify;">Sabemos que muito precisa ser feito, mas como lei &eacute; para ser aplicada e n&atilde;o questionada, que o Estado brasileiro - que possui uma d&iacute;vida hist&oacute;rica com o povo negro - assume seu papel constitucional de promover equidade de g&ecirc;nero, ra&ccedil;a e outras diversidades.</p>

<p style="text-align: justify;">O poder estatal &eacute; fundamental para que normas como estas sejam conhecidas, debatidas principalmente dentro das escolas p&uacute;blicas e privadas dos nosso pa&iacute;s.</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><em>*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;<strong>Aratu&nbsp;</strong><strong>On</strong>.</em></span></p>


<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><span style="font-size:20px;"><strong>S</strong></span></span>abe-se o quanto as rela&ccedil;&otilde;es raciais est&atilde;o enraizadas na vida social de indiv&iacute;duos, grupos e classes sociais. Frequentemente, as desigualdades sociais se manifestam nos estere&oacute;tipos e nas intoler&acirc;ncias, polarizadas em torno de etnias&nbsp;e outras diversidades. Em s&iacute;ntese, a din&acirc;mica das diversidades e das desigualdades d&aacute; margem cont&iacute;nua e reiteradamente &agrave;s intoler&acirc;ncias e preconceitos. Nesse contexto,&nbsp;as rela&ccedil;&otilde;es raciais tornam-se um desafio nas escolas brasileiras, e trata-se&nbsp;de algo que existe&nbsp;h&aacute; muito tempo.</p>

<p style="text-align: justify;">Nesse tocante, observa-se a forma de produ&ccedil;&atilde;o da vida material e imaterial que comp&otilde;e um sistema de significa&ccedil;&otilde;es envolvido em todas as formas para essas culturas e atividades. Historicamente, n&atilde;o se pode ignorar sua dimens&atilde;o no terreno do conhecimento como forma&ccedil;&atilde;o humana, ou seja, a cultura &eacute; o elemento de media&ccedil;&atilde;o entre o indiv&iacute;duo e a sociedade e, nesse sentido, tem duplo car&aacute;ter: o intermedi&aacute;rio entre a sociedade e a forma&ccedil;&atilde;o do indiv&iacute;duo.</p>

<p style="text-align: justify;">Sendo assim, a cultura aparece como esse elo entre o indiv&iacute;duo a tantos outros caminhos que definem o seu aperfei&ccedil;oamento para um encontro consigo e com o meio que vive, sendo de suma import&acirc;ncia para a forma&ccedil;&atilde;o humana e respeito &aacute;s diferen&ccedil;as.</p>

<p style="text-align: justify;">Pensar na forma&ccedil;&atilde;o humana torna-se objeto da educa&ccedil;&atilde;o, que se traduz em atividade did&aacute;tico-pedag&oacute;gica, onde o curr&iacute;culo age como a por&ccedil;&atilde;o e/ou parte da cultura nos termos de conte&uacute;dos e pr&aacute;ticas para superarmos essas anomalias.</p>

<p style="text-align: justify;">Para se adotar o principio da diversidade cultural na educa&ccedil;&atilde;o, &eacute; preciso uma abertura ao di&aacute;logo, um olhar amplo sobre a realidade, uma toler&acirc;ncia ao diferente, uma postura para o di&aacute;logo e aprendizagem. Assim, formar os professores preparados para trabalhar a diversidade cultural n&atilde;o est&aacute; relacionado somente em construir estrat&eacute;gia ou inserir conte&uacute;dos multiculturais, mas o saber para a constru&ccedil;&atilde;o de uma forma&ccedil;&atilde;o intercultural &eacute; a reforma do pensamento. Para o&nbsp;professor Edgar&nbsp;Morin (2000) &eacute; necess&aacute;rio adotar uma postura de afirma&ccedil;&atilde;o, onde diz que &eacute; preciso reformar o pensamento para reformar a escola.</p>

<p style="text-align: justify;">Considerando a relev&acirc;ncia de um curr&iacute;culo voltado para a perspectiva multicultural, precisamos ressaltar a import&acirc;ncia da lei 11.645/08, que estabelece as diretrizes e bases da educa&ccedil;&atilde;o nacional, para incluir no curr&iacute;culo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da tem&aacute;tica &quot;Hist&oacute;ria e Cultura Afro-Brasileira e Ind&iacute;gena&quot;.</p>

<p style="text-align: justify;">A lei 11.645/08 possibilita uma reflex&atilde;o acerca de uma a escola com uma s&eacute;rie de quest&otilde;es que antes eram silenciadas, ou simplesmente ignoradas pela sociedade. Essa lei possui grande relev&acirc;ncia, pois, a partir dela, percebemos a pluralidade cultural da sociedade brasileira, formada por um mosaico &eacute;tnico, hist&oacute;rico e cultural, onde essas singularidades aparecem na escola. &nbsp;Propor um espa&ccedil;o escolar como um local de diferentes sujeitos, com uma imensa riqueza cultural, &eacute; refletir a pr&aacute;tica docente que onde o mesmo ser&aacute; um grande regente das rela&ccedil;&otilde;es did&aacute;ticas-pedagogicas&nbsp;e antagonismos de ideias. Superar a hierarquiza&ccedil;&atilde;o racial euroc&ecirc;ntrica - imposta pelos aparelhos ideol&oacute;gicos formadores da sociedade brasileira - &eacute; quest&atilde;o central para pensarmos numa escola que respeite os sujeitos com suas diferen&ccedil;as e aproxima&ccedil;&otilde;es, contribuindo para uma forma&ccedil;&atilde;o cidad&atilde; e uma sociedade mais justa e igualit&aacute;ria.</p>

<p style="text-align: justify;"><span style="color:#1abc9c;"><i>Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do <b>Aratu On</b>.</i></span></p>


<pre style="text-align: justify;">
Cr&eacute;dito da foto: arquivo/Wilson Dias/Ag&ecirc;ncia Brasil</pre>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Dl6xVK6zmSU" title="YouTube video player" width="560"></iframe></p>

<p style="text-align: justify;"><strong><span style="font-size:20px;"><span style="color:#1abc9c;">A </span></span></strong>nossa coluna de hoje &eacute; sobre pandemia de Covid-19 e a desigualdade social no Brasil. &Eacute; preciso compreender e fazer algumas perguntas:</p>

<p style="text-align: justify;">- Quem s&atilde;o os sujeitos que<strong> mais</strong> <strong>sofrem?</strong><br />
- Quem s&atilde;o os sujeitos que <strong>mais morrem?</strong></p>

<p style="text-align: justify;">Se a Covid foi &quot;democr&aacute;tica&quot; ao chegar, no final... n&atilde;o. A letalidade demarca quem s&atilde;o esses sujeitos.</p>

<p style="text-align: justify;">Ent&atilde;o, precisamos compreender um pouco da hist&oacute;ria do Brasil... Que os ind&iacute;genas foram escravizados e sofrem o genoc&iacute;dio at&eacute; os dias de hoje. &Eacute; preciso compreender que os oriundos de&nbsp;&Aacute;frica, os negros, n&atilde;o foram inclu&iacute;dos, tamb&eacute;m, na pauta do estado brasileiro. Os processos de escraviza&ccedil;&atilde;o e dizima&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena, e de escraviza&ccedil;&atilde;o dos negros coloca esses sujeitos na pauta preferencial da letalidade dessa doen&ccedil;a.</p>

<p style="text-align: justify;">Isso ocorre porque, quando acontece o processo de aboli&ccedil;&atilde;o da escravatura no Brasil, o Estado brasileiro n&atilde;o inclui o negro nas pauta da educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de e habita&ccedil;&atilde;o, principalmente. Os ind&iacute;genas tamb&eacute;m n&atilde;o s&atilde;o inclu&iacute;dos. Ent&atilde;o eles ficam &agrave; margem do processo social e econ&ocirc;mico. N&atilde;o t&ecirc;m casa, n&atilde;o t&ecirc;m sa&uacute;de e nem educa&ccedil;&atilde;o. A&iacute; v&atilde;o se amontoando nos grandes centros urbanos ap&oacute;s o processo de industrializa&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, morando nas favelas, nos mocambos, nas palafitas. A&iacute; vem um grande detalhe: qual a medida mais eficaz. al&eacute;m da utiliza&ccedil;&atilde;o de m&aacute;scara, para combater a pandemia? O distanciamento social. Mas como distanciar se muitas dessas pessoas moram em casas de at&eacute; um c&ocirc;modo?&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A democracia, do ponto de vista da Covid-19, ao chegar, n&atilde;o &eacute; a mesma do ponto de vista do cotidiano. Uma doen&ccedil;a que torna necess&aacute;rio ter &aacute;gua para lavar as m&atilde;os, e essas pessoas, em sua grande maioria, n&atilde;o t&ecirc;m acesso a esse recurso. Ent&atilde;o, observem que, a mortandade&sup1; - e isso &eacute; dito pelos dados estat&iacute;sticos - &eacute; muito maior com negros e ind&iacute;genas.</p>

<p style="text-align: justify;">&Eacute; preciso criarmos pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para enfrentar, de forma consistente, a desigualdade social e econ&ocirc;mica no nosso pa&iacute;s. A pandemia s&oacute; fez escancarar esse processo. E a educa&ccedil;&atilde;o, como eu sempre digo, &eacute; um grande meio de voc&ecirc; fazer com que os sujeitos se emancipem, com que participem da &quot;fatia do bolo&quot;. N&atilde;o &eacute; s&oacute; crescer economicamente. &Eacute; preciso desenvolver. E desenvolvimento vem com educa&ccedil;&atilde;o de qualidade, vem para incluir esses sujeitos nas suas pautas democr&aacute;ticas, na participa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica. Isso &eacute; cidadania pura. Cidadania n&atilde;o &eacute; s&oacute; ter RG, CPF e t&iacute;tulo de eleitor. Ela &eacute;&nbsp;necess&aacute;ria para uma boa pr&aacute;tica e para uma boa educa&ccedil;&atilde;o.</p>

<p style="text-align: justify;">__________</p>

<p style="text-align: justify;">Mortandade&sup1;: n&uacute;mero expressivo de mortes</p>

<p style="text-align: justify;"><em><span style="color:#1abc9c;">*Este material n&atilde;o reflete, necessariamente, a opini&atilde;o do&nbsp;<strong>Aratu On</strong>.</span></em></p>


Professor Bira

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