Vice-prefeita garante esforço, mas aumento da passagem dos ônibus em Salvador pode ser confirmado na próxima semana

A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, informou ao Aratu On nesta sexta-feira (27/5) que ainda não há garantias de que o Governo Federal viabilize um subsídio ao sistema de transporte público da capital baiana, o que, segundo o prefeito Bruno Reis (UB), possibilitaria a manutenção do atual valor de R$ 4,40.

Caso isso não ocorra até o dia 31 deste mês, a tarifa cobrada será de R$ 4,90. "A gente está fazendo reuniões contantes e todo o esforço político. [...]  Vamos fazer o que for possível, mas, se nao tiver jeito, se não tivermos apoio do Governo Federal, vamos precisar fazer o que for preciso", disse Ana Paula, sugerindo que o aumento pode sim, ser efetivado - já que o reajuste começou a valer no último 1º de abril, mas não foi repassado à população -.

A vice-prefeita também destacou o aumento do valor do diesel como um dos vilões para o aumento tarifário. "Todas as taxas da Prefeitura foram liberadas. Agora, o que está impactando nesse valor é o diesel (que mais que dobrou)", iniciou. "A gente fica numa situação que, se o diesel continuar aumentando, não há nada a ser feito a não ser que a gente una as forças. Governo Federal com subsídio, Governo Estadual diminuindo o imposto desse diesel para o transporte público, e a gente trabalhando pra otimizar a frota", completou.

PREFEITURA TENTA

Bruno Reis enviou um projeto à Câmara de Vereadores para viabilizar um subsídio temporário ao sistema de transporte público, com intuito de evitar o aumento da tarifa do ônibus na capital. O texto foi protocolado na noite da última terça-feira (17) no Legislativo municipal.

Segundo a matéria enviada pelo chefe do Palácio Thomé de Souza, o subsídio só poderá durar até 31 de dezembro e, segundo a Prefeitura, "se dará mediante compensação financeira enquanto perdurarem os impactos decorrentes da diferença entre a remuneração tarifária das concessionárias e a arrecadação total e global do serviço de transporte público urbano".

No projeto, não há o detalhamento da porcentagem do auxílio. Contudo, o texto estabelece que o cálculo para definir o subsídio se dará a partir dos dados das respectivas remunerações internas de cada concessionária e da arrecadação total e global do serviço de transporte público.

O envio do projeto acontece num contexto de crise no sistema. Desde o início da sua gestão, Bruno Reis tem alertado que o principal "calcanhar de Aquiles" de Salvador é a mobilidade. O gestor afirmou que, caso não haja socorro do governo federal, a passagem será reajustada em junho para R$ 4,90.

Leia mais aqui:  Para segurar aumento de tarifa dos ônibus até dezembro, Bruno envia envia projeto à Câmara de Salvador

GREVE DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Na TV Aratu, Ana Paula participou, ao vivo, do programa Cidade Aratu, onde comentou sobre a greve de servidores do município, destacando a dos professores, que já dura oito dias.

"No momento do mundo, com crises econômicas, o país com inflação alta... são pleitos justos, mas o prefeito tem que pensar na cidade como um todo. No seu servidor, com muito carinho e respeito, mas também tem que ter o recurso pra saúde, educação, saneamento básico, estradas, limpeza urbana, entre outros, para garantir principalmente que as pessoas mais pobres, por equidade, tenham mais atenção", falou, no estúdio.

Segundo a gestora, a Prefeitura poderia, "de repente, tomar uma decisão de atender a todos, mas isso não seria exequível". A respeito do questionamento dos servidores da educação sobre o piso salarial, Ana Paula afirmou que os professores municipais que trabalham 40 horas semanais recebem R$ 4.300, acima do piso nacional da categoria (R$ 3.845), conforme estabelecido em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 25 de abril de 2022, que considera o valor básico mais as gratificações que são para todos.

"Agora, não dá para comparar quem trabalha 20 horas com o piso nacional de 40, porque quem tem metade do trabalho, obviamente, e proporcionalmente, vai receber metade do salário", reforçou

Por fim, Ana Paula Matos afirmou que a Prefeitura está disposta a dialogar, e destacou que existiram muitas conversas com a categoria, a ponto de avançar a respeito de uma proposta da própria APLB-Sindicato, em mesa de negociação. "Em retorno, a gente tem uma deflagração de greve, e não uma nova rodada de conversa, nem paralisação", pontuou.

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