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Política

À CPI, ex-ministro Ernesto Araújo nega "atritos com a China" e confirma que Itamaraty "pediu insumos para produzir cloroquina"

Senadores querem informações sobre atuação do Ministério das Relações Exteriores em relação à aquisição vacinas e insumos pelo Brasil.

Por Da Redação

À CPI, ex-ministro Ernesto Araújo nega "atritos com a China" e confirma que Itamaraty "pediu insumos para produzir cloroquina"
Créditos da foto: Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia abriu, nesta terça-feira (18/5),  sua terceira semana de depoimentos com o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.

Durante depoimento, ele confirmou ter trocado telegramas diplomáticos com o embaixador brasileiro na Índia, Elias Luna Santos, pedindo ajuda na importação de cloroquina e hidroxicloroquina para o Brasil.

Ao ser questionado sobre sua participação na intermediação da compra de insumos para a produção de cloroquina, Araújo afirmou que, em março de 2020, havia uma expectativa de que a cloroquina fosse eficaz para o tratamento da Covid-19.

“Havia notícias sobre isso de vários lugares do mundo. Houve uma grande corrida aos insumos para hidroxicloroquina e baixou precipitadamente o estoque de cloroquina. Fomos informados por isso, pelo Ministério da Saúde, no Brasil”, relatou.

De acordo com o ex-chanceler, o movimento do Itamaraty foi para “viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina”.

“JAMAIS PROMOVI ATRITO COM A CHINA”

Ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-chanceler negou que já tenha promovido algum atrito com a China, país fornecedor de insumos para a produção da vacina contra Covid-19. Ele diz entender que nenhum de seus atos tenha sido antichinês.

"Não entendo nenhuma declaração minha como anti-chinesa. Houve determinados momentos que o Itamaraty e eu nos queixamos de questões do embaixador da China em Brasília, mas nenhuma declaração que pode ser classificada como antichinesa. Não há nenhum impacto de algo que nunca existiu", afirmou.

"Entendo que nada que eu tenha feito possa ter levado a qualquer percalço no recebimento de insumos (...) Jamais foi identificada nenhuma correlação entre atrasos com elementos políticos." 

A resposta de Araújo foi interrompida pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que lembrou que o ex-chanceler estava sob juramento de falar a verdade.

"O senhor deu várias declarações anti-China, se indispôs várias vezes com o embaixador chinês. Em um artigo o senhor chama de “comunavirus” e há pouco disse que não deu declarações. Posso ler seu artigo. O senhor faz uma declaração que a pandemia era para ressuscitar o comunismo. Na minha análise, o senhor está faltando com a verdade. Não faça isso", disse Aziz. 

Araújo é o sétimo depoente do colegiado. Antes dele, os senadores ouviram o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, além dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.

AMEAÇAS AOS SENADORES DA CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado vai encaminhar à Polícia Federal (PF) cópias de ameaças e xingamentos feitos nas últimas semanas a parlamentares que integram o colegiado.

A solicitação de encaminhamento do conteúdo – que tem chegado aos senadores via WhatsApp ou redes sociais – para providências foi feita nesta terça-feira (18/5) pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues ( Rede-AP).

“Presidente [Omar Aziz], acabamos de oficializar a Vossa Excelência que alguns colegas desta Comissão Parlamentar de Inquérito – eu creio que não devam ser todos – têm recebido nas suas comunicações pessoais, têm recebido no seu WhatsApp, e de diversas formas, diferentes tipos de ameaças, o que me parece ser claramente uma ação coordenada”, afirmou o senador.

Ao acatar o pedido, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que as ameaças têm sido frequentes. “Isso daí está virando uma rotina, mas o papel nosso é continuar trabalhando aqui”, avaliou Aziz.

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