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Política

Ideias de cristãos contra LGBTQIA+ no Plano de Cultura de Salvador vão de "respeito a Deus" até "valorização dos portugueses"; veja discursos

Votaram de forma contrária os vereadores cristãos Anderson Ninho (PDT), Alexandre Aleluia (DEM), Cátia Rodrigues (DEM), Júlio Santos (Republicanos), Isnard Araújo (PL) e Ireuda Silva (Republicanos)

Por Matheus Caldas

Ideias de cristãos contra LGBTQIA+ no Plano de Cultura de Salvador vão de "respeito a Deus" até "valorização dos portugueses"; veja discursos
Créditos da foto: divulgação

Cinco dos seis vereadores autodeclarados cristãos que votaram, sem êxito, contra a inclusão de políticas públicas voltadas à temática LGBTQIA+ no Plano de Cultura aprovado pela Câmara de Salvador fizeram discursos inflamados nesta quarta-feira (15/12) no plenário da Casa.

Votaram de forma contrária os vereadores cristãos Anderson Ninho (PDT), Alexandre Aleluia (DEM), Cátia Rodrigues (DEM), Júlio Santos (Republicanos), Isnard Araújo (PL) e Ireuda Silva (Republicanos).

Outros vereadores da bancada religiosa voltaram atrás e não votaram de maneira contrária. Foram eles: o líder Ricardo Almeida (PSC), Orlando Palhinha (DEM), Débora Santana (Avante) e Joceval Rodrigues (Cidadania). Dos que rejeitaram, Ireuda foi a única que não discursou no púlpito após aprovação da matéria enviada pela Prefeitura.

Os demais parlamentares, que, inicialmente eram contrários, voltaram atrás após inclusão das culturas cristãs e gospel no plano. No discurso, todos evocaram o nome de Deus, alguns se equivocaram ao se referir orientação sexual como “opção sexual” – termo equivocado para designar pessoas da comunidade LGBTQIA+ -.

A vereadora Cátia Rodrigues afirmou que “cultura LGBT” não se passa de pai para filho e citou as tradições dos colonizadores portugueses como exemplo do que deveria ser valorizado. O pededista Anderson Ninho, de um partido tradicionalmente de esquerda, deu “graças a Deus” por ter votado contra o projeto.

CONFIRA O QUE FALOU CADA VEREADOR DA BANCADA CRISTÃ:

ALEXANDRE ALELUIA

“Não dá. O que está proposto no texto é dividir, é segrega, e ficaria muito difícil, como cristão, aceitar divisão e um movimento revolucionário, impor o que é cultura. Um movimento que quer um paraliso na terra, não no céu. Não quero isso. Eu sou católico, vou no Mosteiro de São Bento sempre. Ficaria difícil para mim conversar com um amigo de lá que eu votei pela aprovação de um projeto que quer favorecer um movimento revolucionário, e não a irmandade dos irmãos de Cristo”

“Realmente, não dá. Não aceito cultura LGBT, não aceito cultura racial, assim como não aceito nenhuma cultura que divida a sociedade, só que nos uma. O Brasil já foi dividido tanto pelos partidos de esquerda: ricos e pobres, negros e brancos, homossexuais e heterossexuais, até nordestinos e sulistas, e agora estão dividindo vacinados e não vacinados. É um absurdo, é uma excrecência, é um ataque a nossa liberdade”

CÁTIA RODRIGUES

“Discordar não é discriminar. Nós não entendemos, eu falo pela bancada, mas eu não entendo que LGBT seja cultura. Aqui é a casa do contraditório. Tenho minha opinião contrária, como meus sete mil eleitores, que pensam assim como eu”

“O vereador Suíca falou que a parada gay seria cultura. Cultura nós passamos de pais para filhos. Como podemos passar de pai para filho um vilipêndio dos símbolos cristãos? Pegaram o crucifixo e colocaram nas partes íntimas. Pegam Jesus e vilipendiam, e isso vai passar de pai para filho? Nas escolas para nossas crianças. É naquela parada gay que as crianças vê (sic.) os símbolos cristãos sendo vilipendiados. Então, como posso ver e enxergar como cultura o LGBT? Acredito que cultura é indígena, portuguesa, são as tradições, as histórias. LGBT não tem o que passar de cultura”

JÚLIO SANTOS

“Entendo que a opção sexual não pode ser confundida como manifestação cultural, mas uma decisão individual. Assim, reitero que as práticas humanas que caracterizam as manifestações culturais fogem da tangência do direcionamento sexual dos indivíduos. Entendo que o público LGBTQIA+ já está contemplado através de outros grupos étnico-culturais, mas não seria fator de formação indenitário específico da cultura do município que justifique o aporte de recursos públicos”

ANDERSON NINHO

“Jamais eu entraria na história de Salvador, porque hoje os vereadores entraram na história como os vereadores que formalizaram LGBTQIA+ como cultura e, graças a Deus, eu não faço parte disso. Meu Deus não me colocou aqui nesse local, o senhor Jesus Cristo, para eu ser um dos responsáveis”.

“Não sei qual futuro na política me espera, mas o meu futuro quanto evangélico, cristão e pai de família, eu não aprovei e, graças a Deus, não faço parte"

IRNARD ARAÚJO

“A comunidade LGBTQIA+ está longe de ser minoria. Pelo contrário, biblicamente, isso é bíblico, está escrito, que, no fim dos tempos, o homem seria mais amante dos prazeres que de Deus. Ai podem falar: 'pastor, não vem aqui pregar, não'. Vocês podem crer ou não naquilo que nós falamos da bíblia. Quem crê, crê, quem não crê, paciência. Mas é bíblico. Mas vocês estão muito longe de ser minoria”

“Essa Casa votou hoje um plano que, repito, abre precedente para o Brasil admitir que a comunidade LGBTQIA+, já fui até discriminado, porque falei que era orientação, que não, eu já n sei nem mais o que que falo, porque a cada dia é crime o que você fala. Antigamente eu só conhecia o B. Eu estou dizendo que vocês não são minoria. Pelo contrário: são maioria”

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