Mistério no hotel de luxo: mulher vai à delegacia e "entrega" irmão suspeito de matar amigo de empresário; queima de arquivo não é descartada
A vítima era amiga de infância e "braço direito" de Leandro Silva Troesch, também encontrado sem vida dentro da própria pousada de luxo.
Por Jean Mendes
A irmã de um traficante de Jaguaripe, a 105 km de Salvador, o apontou na Delegacia Territorial da cidade como mandante da morte de Marcel da Silva Vieira, conhecido como "Billy". O rapaz era amigo de infância e "braço direito" de Leandro Silva Troesch, encontrado sem vida dentro da própria pousada de luxo.
O caso chamou a atenção porque a Polícia Civil não descarta a possibilidade de o empresário ter sido executado. A esposa dele, Shirley Silva Figueiredo, está foragida por descumprir medida cautelar que a mantinha presa em casa.
Na manhã desta quinta-feira (10/3), a irmã do suspeito conversou com a equipe de reportagem do Grupo Aratu. De acordo com ela, "Billy" pediu para seu irmão ir à "boca de fumo" comprar drogas. Ele, porém, demorou de retornar, o que despertou a curiosidade da vítima. Quando Marcel chegou no local, foi surpreendido pelo traficante.
A mulher, porém, disse não saber se o assassinato tem ou não relação com o empresário Leandro Troesh. O titular da Delegacia Territorial, Rafael Magalhães, não descarta possibilidades de motivação, inclusive queima de arquivo. É que "Billy" foi ouvido pela Polícia Civil sobre a morte do amigo de infância antes de ser assassinado.
CASO VOLTOU À TONA
Shirley e Leandro foram presos após participarem do sequestro de uma pesquisadora da Universidade Federal da Bahia em 2001 e a história voltou aos holofotes da Justiça baiana justamente após a morte do rapaz.
No episódio contra a pesquisadora, o líder do bando era Joel Costa Duarte. Ele, que tem condenações por sequestro e roubo, fugiu do Complexo Penitenciário da Mata Escura no último sábado (5/3). Flávio Manoel de Jesus Santos, que responde por recepção e estupro, e Amilton Silva da Conceição, condenado por roubo, também escaparam.
No mesmo dia, o Tribunal de Justiça da Bahia, por meio do juiz Almir Pereira de Jesus, determinou que Shirley da Silva deveria voltar a ser detida. Ela estava em prisão domiciliar, mas descumpriu a medida. Agora, ela pode ser presa a qualquer momento, após pedido formulado pelo titular da Delegacia Territorial de Jaguaripe, Rafael Magalhães.
CASO DE AMOR
Enquanto esteve presa, Shirley teve uma relação próxima com a estelionatária Maqueila Santos Bastos. A Polícia Civil já sabe que, após ambas saírem do sistema penitenciário da Mata Escura, em Salvador, a empresária chamou a outra mulher para trabalhar no hotel de luxo em Jaguaripe, o que teria despertado a ira de Leandro.
Natural do município de Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, Maqueila já foi tema de reportagem aqui do Aratu On por conta da grande quantidade de golpes. Há pouco mais de um ano, em 2021, a estelionatária foi presa pela 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas), em Salvador.
Oficialmente, o delegado Rafael Magalhães sustenta que Maqueila e Shirley tinham apenas uma relação de amizade. Agora, as duas não foram encontradas desde que o caso ganhou destaque.
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