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Diretor da Escola Municipal Dois de Julho afirma que nunca houve "ritual satânico" e que caso foi "histeria coletiva"

Por meio de dois advogados, Rosival, acusado de cometer intoletância religiosa contra um homem de prenome Kleber, pai de duas alunas da escola, afirmou que todo o incidente não passou de uma "histeria coletiva"

Por Da Redação

Diretor da Escola Municipal Dois de Julho afirma que nunca houve "ritual satânico" e que caso foi "histeria coletiva"
Créditos da foto: divulgação

Após a Escola Municipal Dois de Julho, em Lauro de Freitas, ficar conhecida por causa de um suposto ritual satânico feito no banheiro da unidade no dia 22/7, o diretor da escola, Rosival dos Santos, decidiu se pronunciar sobre o caso para a reportagem do Cidade Aratu.

Por meio de dois advogados, Rosival, acusado de cometer intoletância religiosa contra um homem de prenome Kleber, pai de duas alunas da escola, afirmou que todo o incidente não passou de uma "histeria coletiva" dos estudantes e funcionários:

"Na verdade, houve uma histeria coletiva, num momento pós-pandemia, em que os ânimos estão bastante aflorados, há o desequilíbrio emocional das crianças que aqui estudam. No momento, o diretor não estava presente, estava na Secretaria de Educação. Quando chegou, ele já encontrou a situação sendo acalmada".

Além disso, como informam os advogados, o diretor prestou atendimento aos alunos envolvidos e levou alguns até Unidade de Pronto Atendimento de Itinga, que fica na frente da escola. "Ele, prontamente, prestou atendimento a todas as crianças. Algumas crianças foram levadas para a UPA porque estavam muito nervosas, com crises de ansiedade. Atendeu a todas, conversou com os pais".

Em entrevista à TV Aratu, Kleber, pai das duas alunas apontadas como as supostas responsáveis pelo ritual, disse que não foi convidado para participar da reunião realizada entre a diretoria e outros familiares sobre o caso. Segundo ele, o diretor ainda pediu para que as meninas não voltassem mais a escola porque a segurança delas estava comprometida.

O diretor, por meio dos advogados, nega essa afirmação. "Ele convidou o pai para estar aqui na reunião, mas, o pai achou por bem não vir. Inclusive, o diretor fez o acolhimento não só das filhas dele, mas, também, das outras crianças. E jamais houve um caso de intolerância religiosa ou pedido de transferência das meninas. Pelo contrário, nenhum diretor tem esse poder. Não houve, em momento algum, pedido de transferência".

RELEMBRE O CASO

No dia 22 de julho, estudantes da Escola Municipal Dois de Julho disseram que duas alunas praticaram rituais demoníacos no banheiro da escola.

De acordo com pais de alunos, que conversaram com a TV Aratu, todas as crianças que entravam no banheiro saíam passando mal e chorando. Ainda segundo os relatos dos familiares, a situação piorou quando Paulete supostamente invadiu a escola e tentou mutilar os jovens como parte do ritual.

À repórter Larissa Baracho, uma mãe relatou que o filho ligou para ela "desesperado" durante os acontecimentos da sexta-feira. "Eu só recebi a ligação de meu filho, desesperado, dizendo que duas alunas do colégio tinham feito um ritual dentro do banheiro, e todas as pessoas que entravam no banheiro começavam a desmaiar e a chorar desesperadamente".

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

O pai das alunas que foram apontadas como as responsáveis pelo ritual disse à TV Aratu que, na sexta-feira, foi para a escola após receber a notícia de que as filhas estavam doentes. De acordo com ele, que é candomblecista, os colegas de escola estavam dizendo que as meninas "estavam com demônio".

"Quando eu cheguei na escola, vários alunos estavam chorando, se jogando no chão, e minhas filhas estavam no corredor. Me disseram que elas foram para o banheiro, mas, quando eu cheguei ao banheiro, estavam lá vários funcionários orando. No corredor, tinham várias mães, vários alunos apontando as minhas filhas, dizendo que elas estavam com demônio. Disseram que entrou um rapaz comigo que 'fez seitas religiosas' aqui, mas, nesse momento, não vi nenhum tipo de seita".

Além disso, após o ocorrido, o pai das meninas disse que foi proibido de ir à reunião da última segunda-feira e que as filhas estão proibidas de voltar à escola por estarem sofrendo ameaças de morte. "Porque nós somos de Candomblé. Quer dizer que eu tenho que renegar as minhas raízes por causa de um motim de alunos? Gente, onde é que vamos parar com isso?". Ainda de acordo com ele, foi o diretor da escola quem pediu para que as alunas não voltassem mais.

"Tiveram ameaças no WhatsApp, no Instagram, de pais e mães dizendo que iriam arrancar os olhos das minhas filhas. Quero saber qual foi o crime que a gente cometeu pelo fato de a gente ser adepto a uma religião de matriz africana. O que tem de errado nisso? Aqui na escola, não teve nenhuma ritualística de Candomblé. O que teve foi alunos dizendo que estavam com espírito entre eles mesmos". O homem ainda informou que não tem qualquer relação com Paulete.

PAULETE

Na semana passada, a mãe de santo Paulete, que foi acusada de realizar o ritual satânico na escola e ainda de tentar mutilar alunos, veio a público dizer que, além de nem ter estado na Escola Municipal Dois de Julho naquele dia, está sendo ameaçada de morte pelas famílias dos alunos.

No vídeo, a religiosa disse que está sendo vítima de intolerância religiosa. "Só porque estou no axé, estão querendo sujar a minha imagem, sujar a imagem do meu babalorixá. Eu só quero saber qual foi o dia que entrei nessa escola, porque eu só entrei ontem. Foi armação para cima de mim. Era para eu gravar essa mensagem desde ontem, só que eu não estava com a cabeça certa".

Ela ainda ressaltou que, como visto nos vídeos do incidente, quem estava praticando alguma religião eram pessoas cristãs, que começaram a orar quando as crianças passaram mal no corredor da escola. "Só quero dizer a vocês que estão dizendo que fiz e aconteci de 'trabalho', de 'magia negra', porque quem estava no momento eram os crentes. Para não entrar em atrito, só vou dizer isso: deixa a minha vida em paz".

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