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"Bomba-relógio": carros "piratas" com GNV sem regulamentação acendem alerta em Salvador; "até com gás de cozinha"

De acordo com Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), na Bahia, são mais de 26 mil veículos com GNV.

Por Diego Adans

"Bomba-relógio": carros "piratas" com GNV sem regulamentação acendem alerta em Salvador; "até com gás de cozinha"
Créditos da foto: TV Aratu

A explosão de um carro movido a Gás Natural Veicular (GNV) enquanto era abastecido, na manhã desta quarta-feira (11/8), em um posto do bairro do Stiep, em Salvador, deixou não apenas feridos, mas, principalmente, ativou o alerta quanto à segurança deste processo. 

De acordo com Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), na Bahia, são mais de 26 mil veículos com GNV. O órgão, em parceria com o Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), é o responsável pela fiscalização do uso irregular do kit de gás natural para veículos (GNV). 

Circular com GNV fora dos padrões de segurança configura infração de trânsito grave, com cinco pontos na carteira de habilitação, multa de R$ 195 e remoção do veículo. No entanto, para o engenheiro mecatrônico Eduardo Oliveira, a situação é ainda mais grave. Para ele, ignorar tais regras é "acionar uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento". 

"No momento em que se realiza o abastecimento em um veículo que não tem condições e não está regulamentado com selo do Inmetro está se colocando em risco a vida de milhares de pessoas. É preciso observar as normas de segurança e verificar também se o veículo está devidamente registrado para receber o GNV", ressalta.

"É importante também que as revisões periódicas e a manutenção do kit e dos cilindros sejam feitas apenas pelas convertedoras homologadas pelo Inmetro. E, esteja atento para que nunca sejam usadas peças de segunda mão, cilindros recondicionados, tubos de cobre ou de procedência desconhecida", complementa. 

Para ele, a "bomba" pode ser ainda mais perigosa caso o motorista seja desatento. "Quais os riscos de utilizar equipamentos sem a devida procedência? Pode ter, por exemplo, uma ligação elétrica que não tenha o devimento isolamento e com uma faísca, gere um explosão; não ter uma válvula adequada de segurança; até mesmo uma borracha que não seja a certificada. É preciso ficar atenção à vida útil dos materiais". 

IMPACTO 

O dono do veículo que explodiu nesta quarta, identificado como Jairo Pimentel, que é motorista por aplicativo, contou que a vistoria dos cilindros de 17 metros cúbicos, usados no veículo, estava em dia, e que diariamente abastecia no posto antes de iniciar o serviço. Ele revelou ainda que, com o impacto da explosão, foi arremessado à distância. 

"Já estava acabando de abastecer o carro, estava esperando acabar de encher, e explodiu. Foi um impacto grande, fui jogado para trás e saí atordoado. Se eu tivesse dentro do carro, eu tinha morrido. Foi Deus. O carro está todo vistoriado, tudo em ordem. Abasteço todo dia nesse horário, e vou trabalhar", contou.

FISCALIZAÇÃO 

O presidente da Associação Geral dos Táxis (AGT), Dênis Paim, lamentou a situação registrada nesta quarta, porém, salienta que registros semelhantes podem ocorrer futuramente. O taxista ainda faz uma denúncia.

"Desde 2016, quando ocorreu a chegada dos carros de aplicativos, pedi para BahiaGás fazer a inspeção e não fizeram. Tem muitos carros irregulares, até mesmo com gás de cozinha. Existem ainda veículos que estão rodando com gás e, no documento, tem lá veículo de gasolina. Está claro aí, que tem oficinas que fazem esse trabalho (de conversão) de forma irregular. Faltam fiscalizações da Transalvador, da própria polícia. É preciso exigir o selo validado pelo Inmetro". 

 

REGULARIZAÇÃO

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Para regularizar o carro, a pessoa deve se dirigir ao Detran-BA, órgão que autoriza a conversão do combustível. Depois, precisa fazer a instalação do cilindro de GNV em uma oficina credenciada ao Ibametro.

Em seguida, o carro tem que ser inspecionado pelo instituto, que irá emitir o Certificado de Segurança Veicular (CSV), válido por 12 meses. A última etapa é levar o automóvel novamente ao Detran-BA para o registro da conversão. O custo total para tanto beira na faixa entre R$ 600 e R$ 700. 

A reportagem do Aratu On apurou que, em função da pandemia da Covid-19, durante a fiscalização na capital, o Detran não tem removido os carros em que os cilindros de gás foram instalados corretamente, mas o certificado de segurança está vencido. Nesses casos, a autuação é mantida e o proprietário tem 30 dias para regularizar a situação.

DICAS DE SEGURANÇA

A segurança no uso do gás natural depende da obediência às normas de manutenção e abastecimento. Fique atento aos principais cuidados!

  • O veículo deve ser estacionado no local previsto
  • O freio de mão deve ficar acionado
  • O motor do veículo deve ser desligado
  • Devem ser desligados todos os componentes da parte elétrica
  • Não utilizar o telefone celular
  • Os ocupantes do veículo devem aguardar em local seguro
  • Equipamentos elétricos e eletrônicos devem permanecer desligados
  • O porta-malas e o capô devem ficar abertos
  • O frentista deve fazer o aterramento próximo à válvula do abastecimento
  • É proibido fumar ou usar isqueiros ou fósforos na zona de abastecimento
  • Antes de ligar o veículo, verificar se a mangueira de abastecimento foi devidamente desconectada.

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