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Apoio, destaques, competições e mais: conheça o Futebol Society de Amputados do Bahia

O centro de treinamento do Futebol de 7 de Amputados está localizado na Arena Imbuí, onde são realizadas as preparações para as competições e amistosos para aprimorar os detalhes.

Fonte:Colaboração coletiva* para o Aratu On

Apoio, destaques, competições e mais: conheça o Futebol Society de Amputados do Bahia
Créditos da foto: Gabriel Lemos

*Por Onã Rudá, Raquel Souza, Kelly Bouéres, Pohema Profeta, Gabriel Ribeiro, Juliana Brito, Gabriel Lemos, Rafaela Kalil, Thiago Ramos

 

Em 2 de julho de 2017, foi criada a Aassociação Baiana de Desportos Adaptados (ABDA) por Luciano Reis. Hoje, além de fundador, ele é também diretor, presidente e atleta do Esporte Clube Bahia de Amputados. Junto com o vice-presidente, Alex, acreditavam no projeto como ferramenta de reabilitação e confiabilidade, e passaram a divulgá-lo através de cartazes, juntamente com a Diretoria Baiana de Amputados, para dar sequência à criação.

Luciano tinha experiência por outros clubes e, no decorrer da sua vivência, disse ter sentido no coração que Salvador também precisava de uma equipe para receber a modalidade. Baseado nisso, surge o projeto do Esporte Clube Bahia, hoje com diversos atletas, dois títulos baianos e um vice campeonato do Nordeste.

O centro de treinamento do Futebol de 7 de Amputados está localizado na Arena Imbuí, onde são realizadas as preparações para as competições e amistosos para aprimorar os detalhes. A equipe é treinada por Ibsen Argollo, que tem vasta experiência em futebol society e complementa o projeto com todo seu conhecimento esportivo.

Mas nem tudo são flores. A invisibilidade da modalidade ainda tem afetado a capacidade de desenvolvimento. O público se mostra cada vez mais interessado e voltado a acompanhar o crescimento natural do esporte. Porém, a busca por patrocínios é um fator que ainda tem deixado atletas e direção bastante preocupados.

Em contrapartida, Luciano e Alex, os fundadores do projeto, têm se mostrado muito entusiasmados com a forma que o esporte tem impactado na vida dos atletas. Eles também destacam a nova vida após o contato com o futebol de amputados.

Em visita ao CT no último dia 14 de agosto, alguns atletas conversaram com exclusividade com a nossa equipe e destacaram seus pontos de vista sobre a evolução do clube dentro da modalidade. Um dos assuntos debatidos foi a preparação para a Copa do Nordeste e a expectativa visando o primeiro título da competição.

Alex destacou a forma que o esporte tem impactado na reação do público e na vida dos atletas, psicologicamente e fisicamente. "A reação do público é maravilhosa, o público se apaixona. Na verdade, o futebol de amputados é qualidade de vida para todos os atletas que fazem parte desse projeto e da nossa associação. O futebol resgata os amputados para uma nova vida", disse.

Luciano, por sua vez, citou a maneira que o esporte tem feito diferença na qualidade de vida: “Para mim é gratificante. O melhor de tudo é saber que as pessoas que estão no projeto estão bem, tanto fisicamente, quanto psicologicamente, e como pessoa: "O futebol de amputados tem uma grande importância, a gente usa como ferramenta de reabilitação. O nosso trabalho é deixar essas pessoas com uma qualidade de vida melhor e fazer com que elas entendam que quando se perde um membro, a vida não acaba ali".

Há quatro anos no projeto, o goleiro João pontuou sua evolução pessoal e o objetivo do grupo. "O trabalho da ABDA vem desenvolver essa incapacidade que existe em cada jogador. Para mim, ajudou a adquirir conhecimento e uma flexibilidade do meu corpo que eu não conhecia. Hoje eu posso dizer que todos nós temos o mesmo objetivo".

goleiro

Durante o treinamento, a equipe buscou organizar os detalhes visando à estreia no Torneio Norte-Nordeste, que aconteceu em maio deste ano, na Arena Dois de Julho, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Os atletas do Bahia ficaram em segundo lugar, na ocasião.

A equipe campeã, SSA Amput, garantiu a classificação para a disputa da Copa do Brasil, que será disputada em setembro, no estado de São Paulo.

REGRAS

O futebol de amputados tem algumas alterações nas suas regras: Além de ser disputado em campo Society, cada equipe possui sete jogadores. Nesse caso, o goleiro também amputado ou que possua deficiência em um dos braços. Para os atletas de linha a mesma situação, porém, a deficiência muda dos braços para as pernas. Dentro da partida é proibido o toque intencional com as pernas ou braços amputados e com as muletas (este ato gera infração). Já os goleiros não podem sair da sua área.

O futebol de amputados funciona como o futsal, com os atletas substituídos podendo retornar à partida a qualquer momento. Também não existem limites para alterações. As partidas são disputadas em dois tempos de 25 minutos, com intervalos de dez minutos para hidratação e descanso.

ABDA pretende inaugurar novas modalidades

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A Associação Brasileira de Desportos Para Amputados (ABDA) planeja inaugurar novas modalidades esportivas nos próximos semestres. Eles já possuem ativos o futebol, que já é oficial, e o remo e atletismo, ainda considerados não-oficiais.

Sobre o remo e o atletismo, o treinador e diretor esportivo Ibsen Argolo comentou que já há treinos, atletas e algumas consultas para competições que podem entrar nos próximos meses.

Argolo afirma que para o trabalho com pessoas com deficiência é necessário desenvolver o trabalho social e também desenvolver a associação, transformando-a numa das maiores da Bahia e do Brasil. 

Também, o plano de incluir novas modalidades surgiu no intuito de adaptar amputados a prática de um esporte da sua preferência e identificação. “A vida para um amputado não acaba quando ele perde um membro e só queremos colocar isso na cabeça dos atletas”, avalia Argolo, com a ideia de que, se uma pessoa não consegue se encaixar no futebol, pode tentar outras modalidades, podendo reformular a vida de forma pessoal e profissional. 

“Isso é um sonho, e sonho não tem prazo, mas eu tenho um Deus que está trabalhando nesse sonho", comenta ele. Ibsen acredita que já no próximo semestre será adicionada uma nova modalidade, com o plano de adicionar outras a cada semestre. 

A modalidade mais próxima de ser adicionada é o remo, devido ao fato de já haver treinos e atletas. "As dificuldades seguem sem apoio e/ou patrocínio, assim como segue também no profissional. Então, no amador, a situação para o amputado fica ainda mais difícil, mas a realização do remo já pode passar de ser sonho para realidade", fala Ibsen. "A adaptação de outros esportes para esses seres humanos que estabelecemos e acolhemos no nosso projeto só depende deles", completa o o diretor esportivo, na expectativa de que o esporte que coloquem em prática para cada atleta, no decorrer dos semestres, "fique mais forte e possamos ter atletas nas modalidades que queremos incluir na associação". 

As pessoas que estão envolvidas nesse projeto são: Luciano Reis (Atleta ABDA e presidente), Alex Silva (vice-presidente), Ibsen Argolo (treinador e diretor esportivo), Jorge Maurício (coordenador de projeto e desenvolvimento) e Hugo Moureira (coordenador técnico).

E as mulheres no futebol de amputados?

jogadora

A presença de mulheres no futebol não é novidade, mas elas enfrentam inúmeras dificuldades para praticar o esporte, sobretudo a falta de investimento. No futebol de amputados, a empatia e colaboração abrem espaço para uma configuração diferente dos times tradicionais. Os times podem ser mistos, compostos por homens e mulheres. 

Nesta reportagem a entrevistada é Carol Lima, uma das duas mulheres que passaram a compor recentemente o quadro dos atletas do Futebol de Amputados do Esporte Clube Bahia. Ela contou um pouco da sua história, rotina do clube, a presença de mulheres e muito mais.

Residente de Lauro de Freitas, na RMS, Carol Lima trabalha em home office e atualmente não vive da atividade de atleta. Além do futebol de amputados também faz treinos na academia. Confira, abaixo, a entrevista feita por Onã Rudá:

Onã Rudá (OR): Quando foi que surgiu a sua paixão pelo futebol? 
Carol Lima (CL):
Desde nova, na verdade, antes de ter o câncer, eu já jogava muita bola. Aí depois eu acabei conhecendo uma pessoa que fazia parte do time e acabei sendo convidada pra jogar também. 

OR: Foi aí que você decidiu que você ia ser atleta? 
CL:
Sim! Criei a paixão pelo jogo e tudo mais. No começo, pensei em desistir, porque achei muito difícil, mas o incentivo, né, do time em mim, falando 'olha, hoje você tá melhor, tá vendo?'... Uma pessoa do time chegou e me falou assim: 'você tá vendo como é que você tá mais rápida, mais ágil?' Aí eu falei que não e ele dsse que conseguia enxergar isso, pra eu prestar atenção. Aí foi que eu comecei a pensar melhor sobre isso. 

OR: Qual foi o primeiro jogo que você assistiu? 
CL: Foi o Campeonato Baiano. Vim assistir ao Campeonato Baiano deles, aí eu fiquei apaixonada e também com medo, né? Parece ser um pouco agressivo, mas, na prática, não é tão agressivo assim. 

OR: E qual foi a sua maior inspiração para tomar a decisão de fazer parte do futebol de amputados? 
CL:
Minha maior inspiração foi minha mãe. Ela me inspira em tudo e é isso que faz eu não desistir das coisas. Sempre antes de desistir, eu penso nela.

OR: A sua amputação foi fruto de uma doença, certo? Como é que foi pra você essa virada? Se puder contar contar pra gente e não se sentir desconfortável, como é que foi esse momento pra você até chegar aqui? Você está brilhando e sendo aplaudida pela torcida do Bahia.
CL:
Isso! Assim... foi bem difícil no começo, me adaptar e tudo mais. Eu até pensei que não ia conseguir, só que com o dia a dia eu comecei a postar as coisas também no Instagram e as pessoas começavam a me incentivar, e isso foi me ajudando mentalmente e fisicamente. Vi que incentivo outras pessoas e isso me fez me sentir melhor, sabe? Meu ponto, hoje, é o incentivo das pessoas. É o que me dá força, né? 

OR: Como é o dia a dia da equipe? Tem treino todos os dias, quando é que vocês se encontram, quando é que tem jogos? 
CL: Tem treino dia de quinta, sexta e sábado. Fora isso, cada um faz outros exercícios, né? Uns malham, outros nadam e assim vai. 

OR: Como é que foi essa chegada no clube? 
CL:
Através de outra pessoa. Eu fui convidada através de uma pessoa que já fazia parte do clube, aí vim conhecer e acabei frequentando. 

OR: Qual a sua perspectiva de futuro dentro do futebol de amputados? 
CL:
Olha, a minha maior perspectiva é vencer, né? Aprender... e eu creio que eu preciso aprender muito ainda e estou disposta a isso. E também pretendo conhecer um time de futebol feminino. Não que os meninos sejam ruins, entendeu? É bom praticar com homem sim, mas eu creio que vai ser muito interessante com meninas também. 

OR: Quem foi o seu principal incentivador? 
CL:
Eu fiquei encantada quando vi o Instagram do time e isso não sai da minha cabeça. Eu fiquei noites e noites sem dormir direito, só pensando nisso, até que chegou o dia de vir.
OR: Então o time inteiro te incentivou? 
CL:
Sim, o time inteiro. 

OR: Como é a relação com a torcida e qual o maior público que você já teve em algum jogo oficial? 
CL:
O jogo em Camaçari foi a maior torcida - até então - que eu tive. Tinha muita gente mesmo, ao redor, observando, acompanhando e torcendo. 
OR: E aí depois do jogo?
CL:
Foi uma sensação muito boa, viu? Me senti muito grata por aquele dia. É inexplicável, sabe? A sensação... Quando você chega em casa, toma um banho e fica assim: 'nossa, eu vivi tudo isso, eu consegui'.
OR: Esse foi o momento mais marcante e feliz da sua carreira? E qual foi o mais triste?
CL: Sim, foi o mais marcante e também o mais feliz. O mais triste foi no começo, quando achava que não iria conseguir. Eu andava, corria e parecia que eu não estava dando o meu melhor, sabe? 

OR: Já passou alguma situação desagradável no futebol? 
CL:
Desagradável, não. 

OR: Qual o maior desafio de ser uma mulher no futebol? 
CL:
Olha, quando eu comecei, rolaram algumas piadas, mas não das pessoas que estão ao redor, sabe? Mas, sim, tipo: 'Ah, como assim cê vai jogar bola?'; 'Como é que você joga bola?'; Eu falei que tinha como, que tinha possibilidade, sim. Tanto é que 'tô' aqui.

OR: Não existem abordagens que são feitas, pelo menos no ambiente de amputados das quais a gente encontra no futebol tradicional, de machismo? Eu falo do contexto geral, mesmo, não do time em si. 
CL:
Até então, não presenciei. 

OR: Por que você acha que existem pouquíssimos times femininos de amputadas? 
CL:
Para ser sincera, eu não sei. Parece que as mulheres amputadas se escondem mais do que os homens, né? E, querendo ou não, algumas não têm paixão pelo futebol. Mas tem aquela coisa... se elas experimentarem e derem oportunidade, pode ser que criem esse amor, aquela paixão e tudo mais. Mas eu creio que é só isso mesmo. Elas se escondem muito e não se dão oportunidade de conhecer [a modalidade].

OR: No futebol de amputados do Bahia só tem duas mulheres, você acha que a presença feminina deve aumentar? 
CL:
Eu imagino que sim e também espero que apareçam muitas meninas, para conseguirmos montar um time feminino, né? 

OR: Hoje existe alguma política que incentive as mulheres a entrarem no futebol de amputados? 
CL:
Campanha eu não sei dizer. Eu creio que não. Até então não vi, né? Não lembro de ter feito vista, não...

OR: Um jogador e uma jogadora ídolo pra você?.
CL:
Antes, quando eu era novinha, eu ficava muito focada na Marta. Agora, no masculino, escuto muito falar de Cristiano Ronaldo, mesmo.

OR: Um sonho? 
CL
: Eu creio que o único sonho que eu tenho mais, agora, é a casa própria, porque moro de aluguel.

OR: Você quer deixar alguma mensagem de incentivo para mulheres amputadas conhecerem o futebol? 
CL:
O recado que eu deixo pras meninas é que, na área de Salvador, até mesmo de fora, tem como. A gente aqui se ajeita e se você tem vontade, se você quer conhecer, experimente, venha. Será muito bem-vinda; vai ser muita coisa por todos nós.


Fundador, presidente e jogador: multifaces de Luciano Reis

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Aos 11 anos nasceu a primeira de muitas novas faces que Luciano da Anunciação Reis viria a assumir após um acidente de trânsito - quando uma de suas pernas foi amputada. Hoje, com 43 anos, é presidente da ABDA, tendo participado de sua idealização e fundação, além de ser atleta do time.

Ele começou a jogar futebol aos 12 anos, com uma equipe de jogadores de futebol convencional. Já em 2012, iniciou sua carreira profissional na Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (ANDEF), em Niterói, no Rio de Janeiro, através de um projeto inicial que posteriormente se tornou um dos primeiros clubes da modalidade.

Desbloqueando mais uma face, em 2016, foi eleito o melhor jogador do campeonato mineiro pela Associação Mineira de Desporto para Amputados (AMDA) e em 2019 recebeu esse mesmo título no Campeonato Baiano, pelo E.C. Bahia, em consonância com o time que se consagrou campeão baiano, sendo esse seu primeiro título individual e em grupo. 

ABDA

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Historicamente falando, o início original deste movimento ocorreu logo após as grandes guerras, quando os soldados voltavam para seu país de origem com vários tipos de mutilações e tinham necessidade de uma ressignificação da sua vida, que era encontrada em diversos tipos de desportos. O desporto carrega a competência de dar visibilidade a capacidade e superação dos indivíduos para além de suas deficiências.  

Fundada em junho de 2017, a ABDA visa à inclusão social de pessoas com deficiência (PCD) através do esporte. Luciano, como um de seus idealizadores, tinha um enorme desejo de formar uma equipe na Bahia, e entre reuniões e conversas, o projeto saiu do papel. Hoje, conta com a união dos times do Bahia e Camaçari, formando uma parceria.

PRESIDÊNCIA E DESAFIOS

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O então presidente da ABDA e do E.C. Bahia de Amputados estabeleceu como princípio de vida, desde 2012, a convocação de PCD para jogar futebol society. Diante desse empenho a motivação para aceitar o cargo foi a idealização do projeto e a expectativa de que se tornaria algo muito maior do que se esperava.

No entanto, junto com o propósito surgiriam desafios a serem ultrapassados. A visibilidade, a falta de apoio financeiro e social e a falta de patrocínio são queixas recorrentes, não só para Luciano, mas também para os outros atletas que compõem o time. "Nós da ABDA estamos fazendo a visibilidade acontecer ‘na marra’, sempre aproveitando eventos e a utilização da mídia”, conta o presidente. 

Segundo o fundador, a mudança no apoio e na visibilidade que o esporte alcança hoje deveria ser reestruturada sob a responsabilidade das diretorias acima dele. Segundo Luciano, o Esporte Clube Bahia, o qual o futebol de amputados carrega o mesmo nome, não colabora para a propagação do esporte, não patrocina e nem desprende de nenhuma verba auxiliar. Para ele, essa segue sendo a maior dificuldade, para além da ocupação em mais espaços e conhecimento popular.

Jogador de Futebol Society é bem-sucedido na Copa do Nordeste

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O jogador João Batista do EC Bahia de Amputados foi considerado o melhor defensor do nordeste na Copa do Nordeste, ocorrida em maio deste ano. É o quarto ano consecutivo que ele recebe esse título.

A sua história no EC Bahia foi iniciada quando foi convidado pelo vice-presidente do time, Alex Silva, para conhecer o projeto. Após integrar a equipe, o jogador (na posição de goleiro) pôde disputar sua primeira competição em São Paulo. Atualmente, ele participa de campeonatos nacionais e regionais.

"Eu sou uma pessoa otimista, não desisto fácil daquilo que desejo conquistar até me sentir realizado, assim como me sinto hoje no Bahia, treino com bastante intensidade no clube", conta Batista. "Ou também no meu dia a dia por fora, não canso de ganhar, quero sempre me superar assim como é todo grupo e projeto, de superação e realização".

Batista conta que seu objetivo é levar alegria e esperança para aqueles que se acham incapazes, mostrando para eles que não se deve desistir dos seus sonhos. "[...] Um acaso não vai atrapalhar nossa vida, mesmo sendo de forte impacto, como uma perda de membro, de familiar ou algo forte e sim que cada caso tem seu propósito assim como nós temos na vida e devemos realizá-los", expõe.

“Fui o goleiro menos vazado novamente da Copa do Nordeste em Camaçari. Eu tenho o costume de dizer: quem trabalha com amor, colhe os melhores frutos”, revela Batista. Ele comemora seu título de ser o goleiro menos vazado, ou seja, aquele que impediu vários gols, ressaltando sua gratidão pela ABDA. 

“Eu vinha de uma vida sem realização e hoje sou considerado um dos melhores goleiros nacionais da modalidade, agora é trabalhar mais forte ainda para disputar a Copa do Brasil em setembro pelo Bahia”, relembra ele, mencionando mais uma vez o ABDA como o responsável por colocar o campeonato brasileiro como um dos maiores em relação ao desenvolvimento de projeto e pessoal, assim como um espaço para ser um dos maiores do Brasil - em forma além de profissional, mas também pessoal de empatia, de entrega, realizações e sem preconceito.

“E o melhor de tudo é rever grandes amigos do futebol de amputados, que já foram profissionais ou poderiam estar realizando esse nível de amador ou profissionalismo com as duas pernas, mas que hoje se reinventam e realizam de forma amputada sem ligar para as dificuldades. E sim poder realizar seu sonho em uma outra forma que foram estabelecidos na vida deles”, finaliza.

O futuro do EC Bahia de Amputados: o que vem por aí

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Após o Torneio Norte-Nordeste realizado em maio, o EC Bahia de Amputados planeja novos rumos para o time. Segundo Ibsen Argolo, treinador e diretor esportivo da Associação Brasileira de Desportos Para Amputados (ABDA), o próximo rumo do Bahia é a liga nacional, primeira competição fora do nordeste na qual participarão.

Eles também planejam conquistar o título de todos os campeonatos. Dessa forma, almejam prosseguir para prateleira dos maiores times do Brasil para alcançar o engajamento, possíveis novos apoios e divulgações. Além do título, querem, subir a equipe para a primeira divisão.

Após a perda do título no Nordeste, Argolo afirma que vão lutar "com todos esforços e apoio" para estarem na Copa do Brasil em setembro. Seu plano é conseguir participar de uma das maiores competições da modalidade de forma nacional, para conquistar reconhecimento, com títulos, apoios e tudo o que é considerado bem-vindo para o time.

Há ainda o Campeonato Baiano Série B a ser realizado em setembro ou outubro. Para o EC Bahia de Amputados, segundo Argolo, a competição será como a maior realização do clube no ano, em forma pessoal, de apoio e conquista, onde querem ganhar o título e subir de divisão para maior elite da modalidade no futebol de amputados. “Com o acesso, seria o divisor de águas para a associação ABDA se tornar um dos maiores projetos reconhecidos no Brasil e no Nordeste. Além da credibilidade, também há a realização de cada atleta que seria enorme com essa conquista e todo reconhecimento”, finaliza ele.

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