Cinco passarelas de Salvador onde o medo e a insegurança desfilam

Após conhecer quem foram as pessoas que deram nomes a dez ruas e avenidas importantes de Salvador e acabar com o mistério por trás do nome de outros dez bairros da cidade, nós, do Aratu On, preparamos uma matéria mais “pé no chão” (ou nem tão próximo do chão assim). Nesta terça-feira (14/6), mapeamos e trouxemos para você cinco passarelas da cidade onde o medo e a insegurança imperam.

As passarelas são equipamentos para pedestres que têm a função de interligar locais com segurança, sobretudo por passarem sobre ruas e avenidas com grande movimento de veículos. Apesar de sua grande importância, não é incomum vermos casos de violência e acidentes nesses equipamentos. Selecionamos, então, cinco importantes passarelas com alguns ocorridos bem trágicos.

CONFIRA ABAIXO

1 - AVENIDA HEITOR DIAS

Começamos por uma passarela “antiga” da cidade de Salvador. Ao longo da Avenida Heitor Dias, alguns equipamentos fazem a ligação entre os dois lados da pista. Com pouca movimentação ao anoitecer, a travessia pelo local torna-se perigosa, sobretudo para quem se encontra só.

No último dia 24 de maio, um homem foi baleado enquanto estava na passarela e morreu. Também em uma das passarelas da avenida, no ano de 2016, uma mulher foi encontrada amarrada com um arame. Ela havia sido estuprada e deixada no local. 

2 - VALÉRIA/BR-324

Para além da violência provocada pela falta de segurança, um outro problema é recorrente nas passarelas da capital, sobretudo àquelas mais antigas: a falta de manutenção. Recentemente, em uma passarela na região da BR-324, próxima à Valéria, um acidente grave aconteceu por conta do abandono do equipamento. Em fevereiro deste ano, uma das placas que compunham o piso da passarela desabou e três pessoas acabaram se machucando.

Na ocasião, duas pessoas que atravessavam o aparelho caíram no meio da BR, e um motociclista que passava pelo local foi atingido por um pedaço de concreto.

3 - PITUAÇU

O equipamento tem 836 metros de extensão, cruzando a Avenida Luís Viana Filho (Paralela) e fazendo ligação com a atual estação de metrô de Pituaçu. 

O local virou destaque, em fevereiro de 2017, após a morte de três seguranças. Após atravessá-la e chegarem ao Estádio de Pituaçu, Derivaldo Rocha dos Santos, Geraldo Mota Cunha e Márcio Rogério Bandeira foram assassinados.

Em 2020, um homem foi detido por seguranças da CCR Metrô após tentar assaltar pessoas que passavam pelo local. Com ele, foi encontrado um facão. 

4 - IGUATEMI/RODOVIÁRIA

Sem dúvidas uma das passarelas mais famosas de Salvador, o equipamento que liga a Estação Rodoviária e um grande shopping da capital têm muitas histórias, nem sempre boas, para serem contadas. No ano de 2017, dois homicídios em dois dias trouxeram à tona os perigos de transitar nas passarelas à noite. Uma mulher foi esfaqueada no local e um homem foi morto a socos e pauladas. Ambos foram mortos pelo mesmo homem, Ednaldo dos Reis, conhecido como Batoré.

Com a instalação do metrô no local, o equipamento passou por reformas e atualmente se encontra com fiscalização de seguranças da empresa que administra o sistema metroviário da capital. Entretanto, não é difícil encontrar alguém que já foi roubado ou assediado no local. 

5 - AV.TANCREDO NEVES

Outra famosa passarela que dá acesso a outro shopping de Salvador. Extensa e com pouca movimentação em alguns momentos do dia, esse equipamento constantemente é palco de crimes. Em abril de 2019, um homem foi preso após assaltar pessoas na passarela e, na fuga, entrou no estabelecimento e ainda tentou trocar de roupa. Para se disfarçar, colocou uma farda de outro shopping, onde trabalhava. Acabou sendo localizado, preso e, com ele, diversos celulares foram encontrados.

Em setembro do mesmo ano, dois homens foram presos também por praticarem assaltos no equipamento. Eles foram detidos por seguranças do local, mas um dos suspeitos conseguiu fugir. Eles não estavam armados e foram encontrados celulares de vítimas.

Acrescentaria alguma passarela nessa lista? Comente!

*Estagiário sob supervisão da jornalista Juana Castro.

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