"Por aí: Tour por Salvadô" | As histórias por trás de ladeiras famosas da capital baiana; "a vista compensa a paletada"
A mais famosa é a Ladeira da Preguiça, que virou até música de Gilberto Gil. Foi uma das três primeiras a serem pavimentadas com pedras portuguesas que ainda estão por aqui, junto com as portas das casas, em formato de arco.
Por Da Redação
No terceiro episódio do "Por Aí: Tour por Salvadô", o professor Bira - que leciona história e geografia - traz curiosidades sobre ladeiras famosas da capital baiana.
"Salvador nasceu no alto da colina para se defender dos invasores. Era uma estratégia dos colonizadores da cidade, entre eles Tomé de Souza, o primeiro governante, fundador da cidade, em 1549. Assim, dava pra ver logo quem chegava pelo mar", começa o educando.
Ele explica que, para abastecer a cidade com produtos que vinham pela Baía de Todos-os-Santos, os portugueses pavimentaram ladeiras. "Caminhos que conservam os nomes originais e conduzem a tesouros do patrimônio cultural".
O colorido bairro de Santo Antônio Além do Carmo, que tem ganhado fama com novas pousadas e restaurantes descolados, também tem lá seu "sobe e desce". A Ladeira do Boqueirão já foi uma trincheira de defesa da cobiçada capital colonial.
Quem chega ao topo encontra a Igreja de Nossa Senhora da Conceiação do Boqueirão, que começou a ser construída em 1726. Ela apresenta uma mistura dos estilos barroco e neoclássico, e foi reaberta em 2010, após a restauração, mas mantendo todo o seu esplendor original.
A mais famosa é a Ladeira da Preguiça, que virou até música de Gilberto Gil. Foi uma das três primeiras a serem pavimentadas com pedras portuguesas que ainda estão por aqui, junto com as portas das casas, em formato de arco.
Mas... de onde vem esse nome? Os africanos escravizados subiam pela ladeira carregando sacos pesados, carregando as mercadorias do porto à Cidade Alta. Das janelas, a elite da época gritava: "sobe, preguiça!". E como o tempo é o senhor da razão, hoje esta ladeira é um símbolo de resistência. Aqui, diversos símbolos sociais atuam na luta contra o racismo, com oficinas de artes para os jovens das comunidades de Salvador.
No altos das ladeiras do Centro antigo, a vista da Baía de Todos-os-Santos compensa o esforço da paletada pra subir.
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