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Saúde

Primeira paciente da Bahia a se submeter a neurocirurgia para AVC já consegue mexer a perna

Em novembro do ano passado, dona Josefina, de 75 anos, deu entrada no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) com 80 a 90% de chances de não resistir a um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI).

Por Da Redação

Primeira paciente da Bahia a se submeter a neurocirurgia para AVC já consegue mexer a perna
Créditos da foto: divulgação/HGRS

Em novembro do ano passado, dona Josefina, de 75 anos, deu entrada no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) com 80 a 90% de chances de não resistir a um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Com a idade avançada e uma lesão muito grande, a aposentada não era candidata a nenhum tratamento que pudesse lhe favorecer.

Mas, graças a uma iniciativa recém-chegada ao hospital, Josefina Maria de Oliveira Santana não só sobreviveu como melhorou a sua mobilidade após a doença. Segundo informções divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), ela foi a primeira pessoa a participar do projeto de abordagem neurocirúrgica para pacientes com acidente vascular encefálico (AVE) – como também é conhecido o AVC – na Bahia. 

Seis meses depois da cirurgia, o filho da aposentada, José, comemora os resultados: "minha mãe está bem e eu fico muito agradecido pelo cuidado que ela recebeu no Hospital Roberto Santos. Hoje, mexe a perna direita, dá uns passinhos e, com meu auxílio, consegue até ficar em pé. Ela, que não se movimentava nem falava, já se esforça para caminhar e pronuncia palavras como ‘mamãe’, ‘Maria’, ‘meu Deus’ e ‘Ave Maria'”.

Ainda de acordo com a Sesab, o tratamento oferecido à Josefina pode ser considerado revolucionário, pois é o último recurso para ajudar pessoas acometidas pela doença que, conforme dados do Ministério da Saúde, é a segunda maior causa de morte no país. Para fundamentar essa tese, um estudo desenvolvido no HGRS e publicado, em janeiro, na revista médica World Neurosurgery, concluiu que a trombectomia mecânica – como é chamado o procedimento cirúrgico para desobstruir o vaso sanguíneo no cérebro – é factível para o resgate funcional de vítimas de AVE, promovendo a reativação de aéreas hopovascularizadas (a chamada zona de penumbra – um cérebro inativo funcionalmente, mas ainda viável).

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Foto: divulgação/HGRS

Coordenador do serviço de neurocirurgia do Hospital Geral Roberto Santos, o neurocirurgião Leonardo Avellar explica que a meta de qualquer tratamento para AVC é alcançar a recanalização a tempo para permitir a recuperação do tecido cerebral. Então, para a maior parte dos casos, é preciso agir dentro da famosa janela terapêutica, que, tradicionalmente, contempla até quatro horas e meia do início dos sintomas. Com a trombectomia cirúrgica, essa janela é mais ampla, chegando, em alguns casos, a mais de 24 horas.

“Quando se fala em acidente vascular cerebral isquêmico, a maioria dos hospitais recorre ao tratamento clínico, ou seja, o tratamento para não piorar o quadro. No entanto, ele não possui tanta capacidade de reverter algo que já aconteceu”, conta Avellar.

De acordo com ele, a abordagem neurocirúrgica é vantajosa para esses casos porque amplia a janela de tratamento, é eficaz para reversão de déficits neurológicos, indicada para grandes AVCs e apresenta excelente custo-benefício. “Na tomografia realizada após um mês da cirurgia de Josefina, pudemos observar força grau 2, que significa que ela consegue andar com apoio; afasia motora, que significa que ela entende parcialmente e pode ter uma vida social razoável, e ganho em tônus postural, conquistado com o auxílio da fisioterapia. É um resultado positivo para o tratamento de um AVC agudo”, avalia.

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