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Saúde

Depressão de final de ano: se você está triste, saiba que não está sozinho

Durante esta época do ano, os casos de suicídio costumam aumentar e o CVV recebe mais ligações. Se você está sentindo assim, procure ajuda médica.

Por Beatriz Bulhões

Depressão de final de ano: se você está triste, saiba que não está sozinho
Créditos da foto: ilustrativa/Pexels

A sensação de que o ano vai acabar aumenta a cobrança de finalizar tudo, avaliar o que não deu certo, antecipar as metas para o próximo ano, comprar e consumir para as festas que estão chegando, se cobrar de estar com a família e rever alguns amigos... tudo isso tende a piorar os casos de depressão. Em 2017, o Centro de Valorização da Vida (CVV) divulgou que, no mês de dezembro, principalmente durante o período de datas comemorativas, as ligações de pessoas pedindo ajuda costumam aumentar 15%. 

“O ser humano tem uma ligação forte com datas, quer seja aniversários, Natal ou mesmo a virada do ano. Enquanto para a maioria das pessoas momentos como estes são motivos de alegria e felicidade, para pessoas que estão com o cérebro funcionando de maneira alterada ,como na depressão, esses momentos podem se tornar motivo de mais cobrança pela felicidade que não sentem e de culpa por estarem doentes e deprimido", explica a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental.

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Caso você esteja se sentido assim, nessa ou em qualquer época do ano, o Aratu On recomenda que você visite um profissional qualificado, como um médico psiquiatra ou um psicólogo.A ligação para o CVV, pelo número 180, é gratuita.

Conforme a especialista, o período tende a ser sentido de forma mais forte para quem já possui episódios de depressão. "A maneira distorcida do deprimido enxergar a realidade faz com que ele piore os desfechos, pense de maneira pessimista e sem esperança, e não veja saída para os problemas. Tudo isso pode aumentar o estresse emocional no final do ano e precipitar desfechos negativos como o suicídio", alerta.

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A explicação é que o cérebro faz um flashback do ano dando ênfase as partes ruins - além de fazer esses momentos parecerem ainda piores do que foram. “Geralmente o indivíduo deprimido apresenta uma distorção das memórias, isto é, lembra mais de fatos passados negativos e pensa mais negativamente. Dessa maneira, parece que tudo que aconteceu e o que está para acontecer foi e será ruim. Não há saída. Tudo é mais difícil e tomar decisões se torna absurdamente difícil”, comenta a psiquiatra.
 
É importante destacar que nem toda pessoa deprimida apresentará ideias de se matar, o que é chamado tecnicamente de 'ideação suicida'. Mesmo assim, a presença de algumas características já devem servir de luz vermelha para amigos e parentes. 

"Se alguma pessoa deprimida apresenta algum destes fatores de risco é muito importane que se aproxime dela neste final de ano, impedindo que este momento de festas possa se transformar em um momento de maior sofrimento para ela", adverte. A avaliação do risco deverá ser feita por um profissional qualificado.

Confira alguns pontos:

- Elevado grau de depressão, desesperança, desamparo e desespero (4 D`s do suicídio);

- Apresentar uma ideia ou um plano de suicídio bem estruturado;

- História de tentativas prévias de suicídio;

- Presença de um transtorno psiquiátrico grave já diagnosticado (esquizofrenia, bipolaridade, alcoolismo);

- Acesso a muitos meios e métodos de autoextermínio;

- Ausência de suporte familiar;

- Fatores de estresse que precipitem o suicídio como estar solteiro ou separado; estar desempregado; estar distante da família; estar sofrendo assédio moral em ambiente de trabalho;

- Doenças médicas graves: câncer, quadros dolorosos, doenças reumatológicas, doenças neurológicas, AIDS, doenças dermatológicas graves, etc.

- Impulsividade aumentada (por exemplo em alguma depressão do espectro bipolar);

- Ausência de fatores de proteção como autoestima elevada; bom suporte familiar; laços sociais bem estabelecidos com família e amigos; religiosidade independente da afiliação religiosa e razão para viver; ausência de doença mental; estar empregado; ter crianças em casa; senso de responsabilidade com a família; gravidez desejada e planejada; capacidade de adaptação positiva; capacidade de resolução de problemas e relação terapêutica positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
 
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