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Proporção de adolescentes que engravidaram mais que dobrou em Salvador; IBGE aponta menos uso de camisinha e contraceptivos

A proporção de estudantes mulheres que, no 9ª ano, já tinham tido relação sexual e engravidado chegou a 17,3%, levando Salvador ao topo do ranking nesse indicador entre as capitais - empatada com Maceió/AL.

Por Da Redação

Proporção de adolescentes que engravidaram mais que dobrou em Salvador; IBGE aponta menos uso de camisinha e contraceptivos
Créditos da foto: ilustrativa/Pexels

Na capital baiana, entre 2009 e 2019, aumentou um pouco a proporção de estudantes do 9º ano (antiga oitava série) que já haviam tido relação sexual (de 35,8% para 38,8%), mas caíram as percentagens dos que usaram camisinha (de 69,6% para 54,9%) ou outros métodos contraceptivos (de 69,9% para 67,7%). Essas e outras informações integram a análise da série histórica de dez anos de resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) para os estudantes nas capitais brasileiras.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% dos entrevistados têm entre 13 e 15 anos. Na pesquisa, os adolescentes responderam aos questionários sozinhos, sem intermediação de entrevistadores.

A PeNSE foi realizada em 2009, 2012, 2015 e 2019, em parceria com o Ministério da Saúde. Essa publicação é classificada como uma estatística experimental, ou seja, ainda está em fase de teste e sob avaliação.

SALVADOR

Em Salvador, os dados apontam que nos dez anos entre 2009 e 2019, aumentou a ocorrência de diversos comportamentos que representam potenciais riscos à saúde entre os entrevistados. Dentre esses comportamentos, as relações sexuais sem camisinha ou outros métodos contraceptivos passaram a crescer, ao mesmo tempo em que, entre 2015 e 2019, a proporção de estudantes mulheres que, no 9ª ano, já tinham tido relação sexual e engravidado mais que dobrou, indo a 17,3% e levando Salvador ao topo do ranking nesse indicador entre as capitais - empatada com Maceió/AL.

Em 2019, em Salvador, quase 4 em cada 10 estudantes do 9o ano (38,2%, 3o maior percentual entre as capitais) já haviam tido ao menos uma relação sexual. Dez anos antes, eram 35,8%. Embora em 2019 a proporção dos estudantes que haviam tido relação sexual continuasse bem maior para homens (44,8%) do que mulheres (31,6%), foi apenas entre elas que o indicador cresceu, enquanto o deles diminui: em 2018, foram 24,4% das estudantes mulheres eram sexualmente ativas e homens somavam 50,7%.

ESCOLA PÚBLICA

Há diferença significativa entre os alunos da rede pública e privada. Nas escolas públicas de Salvador, quase metade dos adolescentes cursando o 9º ano já haviam tido sua iniciação sexual (47,4%, 2o maior percentual entre as capitais) enquanto na escolas privadas a proporção era de 16,9%. Além disso, frente a 2009, houve aumento na taxa da rede pública (era de 38,3%) , enquanto diminuiu um pouco nas escolas particulares (era de 19,8%).

CAMISINHA

O IBGE percebeu que uma proporção maior estava fazendo sexo sem proteção, fosse contra doenças ou contra gravidez. Em 2009, quase 7 em cada 10 estudantes que já haviam feito sexo (69,6%) disseram que um dos parceiros usou camisinha na última relação; dez anos depois, o percentual havia caído para pouco mais da metade (54,9%).

Houve quedas importantes tanto entre homens (de 72,8% para 59,6%) quanto mulheres (de 64,8% para 48,2%) e entre estudantes das redes pública (de 69,0% para 54,7%) e particular (de 74,0% para 56,4%).

Quando se leva em conta, além da camisinha, a adoção de outros métodos para evitar gravidez durante a relação sexual, também houve recuo, embora bem menos intenso. Em 2019, 67,7% responderam que adotaram algum método para evitar gravidez (inclusive camisinha), frente a 69,9% em 2009.

Entre os homens, a proporção praticamente não se alterou (de 67,7% para 67,9%), e a queda ocorreu apenas entre as mulheres (de 73,3% em 2009 para 62,6%). A redução também foi mais expressiva entre estudantes da rede privada (de 70,6% para 65,8%) do que nas escolas públicas (de 69,8% para 65,7%).

GRÁVIDAS

Entre 2015 e 2019, em Salvador, a proporção de mulheres, dentre as sexualmente ativas, que, no 9º ano escolar, já haviam engravidado mais que dobrou, de 6,2% para 17,3%. O aumento foi na contramão do verificado no total das capitais.

Com o 2º maior aumento em pontos percentuais, Salvador passou a liderar o ranking das capitais brasileiras nesse indicador, em 2019, empatada com Maceió/AL (17,3%). Em 2015, a capital baiana estava apenas no 18o lugar.

BÊBADOS

Entre 2012 e 2019, em Salvador, a proporção de entrevistados que já haviam consumido bebida alcoólica alguma vez na vida aumentou de 56,0% para 65,2%, passando do 6o para o 4o percentual mais elevado entre as capitais.

A proporção de mulheres foi maior do que a de homens em todos os três anos da série (2012, 2015 e 2019), e foi entre elas que o consumo mais cresceu. Em 2012, 57,7% das estudantes mulheres tinham bebido, percentagem que chegou a 68,0% em 2019. Entre os homens, o aumento foi de 54,1% para 62,5% no período.

O percentual de estudantes que tinham ingerido bebida alcoólica também cresceu mais nas escolas particulares (de 45,4% em 2012 para 60,3%) do que na rede pública (de 59,2% para 67,3%), onde a proporção foi maior nos três anos da série.

A proporção de adolescentes que, nessa idade, contaram já ter ficado bêbados também aumentou em Salvador - ainda que num ritmo menor. Em 2019, isso foi relatado por 28,8%, frente a 26,9% em 2012. Esse indicador mostrou leve tendência de queda até 2015 e cresceu apenas no último ano da série, puxado pelo aumento entre as mulheres.

Em 2009, 27,5% delas, no 9º ano, já tinham ficado bêbadas, percentual que foi a 31,1% em 2019. Entre os homens, a proporção pouco variou, indo de 26,0% em 2009 para 26,6% em 2019. A proporção aumentou mais entre estudantes de escolas públicas (de 28,0% para 32,3%) do que privadas (de 19,9% para 20,7%).

DROGAS

O consumo de drogas, embora bem menos informado, também cresceu entre estudantes do 9º ano na capital baiana. Em 2019, 8,9% já haviam usado drogas alguma vez na vida; em 2009, o percentual era de 6,0%. Mesmo com o aumento, Salvador ainda era, em 2019, a capital com o 6o menor percentual de consumo de drogas entre esses estudantes.

O crescimento em dez anos foi um pouco maior para as mulheres (de 4,2% para 7,1% já haviam usado drogas) do que para os homens (de 8,4% para 10,7%), entre os quais a proporção é mais elevada em todos os anos da série. Além disso, o aumento foi todo concentrado nos estudantes de escolas públicas (de 5,4% em 2009 para 10,1% em 2019), enquanto na rede privada houve queda (de 9,4% para 6,0%).

Mesmo o consumo de cigarro, que em geral cai no país, teve uma discreta variação positiva  em Salvador. Em 2019, quase 1 em cada 5 desses adolescentes (19,7%) já havia fumado cigarro alguma vez na vida. Em 2009, eram 19,5% e essa proporção caiu seguidamente ate 2015, voltando a subir em 2019.

A variação para cima foi fruto do comportamento dos homens. Entre eles, a proporção dos que já tinham fumado passou de 18,9% em 2009 para 23,0% em 2019. Entre as mulheres houve redução de 20,0% para 16,4% no mesmo período. De forma semelhante o consumo de cigarro entre estudantes do 9o ano aumentou exclusivamente nas escolas públicas de Salvador (de 20,4% para 24,3%), enquanto na rede privada caiu de 14,5% para 9,2%, no mesmo período.

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