Os donos da vaga: em hospital público de Salvador, eles mandam no território na frente de seguranças; veja flagrantes
O Hospital das Clínicas é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O Aratu On pediu posicionamento da empresa sobre a ação dos guardadores, mas não obteve resposta.
Por Jean Mendes
De carro, quem precisa visitar alguém, marcar exames ou até trabalhar na unidade hospitalar Professor Edgard Santos, o Hospital das Clínicas de Salvador, precisa se render aos donos da vaga, especialmente nas primeiras horas da manhã. São homens que, sem cerimônia, gerenciam os espaços públicos. E o pior: cobram por isso.
Sob a desculpa de estar "tomando conta" dos automóveis, o grupo começa a abordagem na entrada principal, pelo Vale do Canela. Poucos metros à frente, pelo menos dois rapazes organizam o esquema, sempre atentos para garantir que as vagas deixadas pelos que saem, sejam preenchidas por quem paga - e confia a chave dos seus veículos -.
A reportagem do Aratu On entrou com uma câmera escondida no estacionamento, por dois dias, em horários diferentes, e percebeu como tudo funciona. De acordo com a apuração, o horário de maior faturamento dos "flanelinhas" é às 7h - quando a maior parte dos funcionários sai e os colegas chegam -.
Durante a tarde, os guardadores desaparecem e funciona como deveria ser, ou seja, de forma gratuita. No vídeo abaixo, você assiste como é realizado o esquema.
A reportagem apurou, ainda, que uma empresa terceirizada patrimonial é responsável pela segurança de quem transita pelo Hospital das Clínicas, mas não explora o estacionamento.
O que chama a atenção, porém, é que o esquema dos donos das vagas acontece inclusive na parte interna da guarita - em área destinada aos médicos, enfermeiros e outros funcionários da unidade -.
O Hospital das Clínicas é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O Aratu On pediu posicionamento da empresa sobre a ação dos guardadores, mas não obteve resposta.
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