Moradores acusam Rondesp de balear dois inocentes no Nordeste de Amaralina; "meu filho é sonhador"

Moradores da localidade Alto do Capim, no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, pediram justiça na tarde desta segunda-feira (26/12). Eles acusam a Polícia Militar de ação truculenta, que deixou dois feridos.

A revolta da população com a corporação começou na noite de sábado. Adeilton Santana Pereira, 34 anos, e Marcelo Daniel Ferreira Santos, 19, estavam confraternizando na rua Serra Verde, quando, segundo os moradores, policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Atlântico) chegaram atirando.

Adenilton tomou quatro tiros e teve sua perna esfacelada. Já Marcelo foi alvejado duas vezes. Marcelo é jogador de futebol e sempre sonhou em jogar profissionalmente por grandes clubes. Abalada, a mãe do jovem está desesperada já que recebeu a informação de que o filho perdeu um rim. 

“Meu filho é tão sonhador. Não faz nada errado. Sempre foi certinho. Estava voltando para casa pra pegar a carteira. Eu sempre ensinei que ele precisa sair com identidade. Quando tava indo fazer a unha foi baleado. Agora, meu filho está no HGE. Soube que perdeu um rim e precisa de bolsa de sangue. Meu Deus”, desabafa a mãe do jovem Marcelo, que não teve a identidade revelada.

VERSÃO OFICIAL

Por meio de nota, a PM informou que as guarnições da Rondesp localizaram indivíduos armados que, ao avistarem as equipes, efetuaram disparos de arma de fogo. Na versão oficial, houve revide, mas os suspeitos fugiram. 

Minutos depois, em outra localidade, conhecida por Alto do Capim, populares informaram haver um indivíduo ferido por arma de fogo, sem indicação de autoria ou circunstância. Os militares prestaram socorro e encaminharam o ferido para o Hospital Geral do Estado (HGE).

Ainda segundo a corporação, em outro ponto, conhecido por Cracolândia, uma guarnição foi acionada para atendimento de outro rapaz ferido em via pública, também encaminhado pelos policiais para o HGE.  As ocorrências foram registradas no posto policial da unidade de saúde. 

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