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Mãe de Cristal, jovem morta em agosto, fala sobre primeiro Natal sem a filha: "marca a gente pelo resto da vida"

Ainda hoje, Sandra não consegue passar pelo local do crime

Por Bruna Castelo Branco

Mãe de Cristal, jovem morta em agosto, fala sobre primeiro Natal sem a filha: "marca a gente pelo resto da vida"
Créditos da foto: arquivo pessoal

Há um pouco mais de quatro meses, Sandra Rodrigues viu a filha de 15 anos, Cristal, ser assassinada enquanto a levava para a escola. Era uma manhã de terça-feira, dia 2 de agosto. Sandra caminhava com as filhas, Cristal e Fernanda, quando foi abordada por duas mulheres que logo deram voz de assalto.

Durante a ação, enquanto a mãe e as meninas entregavam os pertences para as assaltantes, uma delas, que segurava duas armas de fogo, atirou, acidentalmente, contra Cristal. Após efetuar o disparo, as mulheres saíram do local do crime andando pela rua, calmamente.

Já fazia meses que Sandra e a família não falavam sobre o assunto. Agora, logo após o Natal e perto do Ano Novo, eles contam como está sendo passar por esse tempo festivo sem a filha.

"Eu sempre vou estar carregando Cristal no meu coração, independente de quanto tempo eu viva. Está muito triste, principalmente neste final de ano. Poxa, a gente sempre juntos, foram 15 anos. E, hoje, eu estar aqui sem ela para passar o final de ano, Natal, e o resto da vida, né? Está sendo muito difícil, e eu fico muito entristecida por outras mães, outros pais, que estão passando por problemas parecidos. É terrível, marca a gente pelo resto da vida, a gente nunca mais vai conseguir ser a pessoa que era antes", relatou Sandra.

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Depois do crime, a mãe da vítima precisou fazer o reconhecimento da suspeitas. À repórter Lorena Dias, do Cidade Aratu, ele contou que foi doloroso ver que as mulheres estavam bem. "No dia do crime, elas estavam raquíticas. Você vê que eram usuárias mesmo, estavam bem raquíticas, magras. Depois, estavam fortes, saudáveis, muito bem. E eu, sem a minha filha, uma menina linda, cheia de saúde, estudando. Ela queria trabalhar na área da saúde, ela queria ser cirurgiã. Ver um sonho acabar no caminho para a escola...", lamentou Sandra, em lágrimas.

Ainda hoje, Sandra não consegue passar pelo local do crime. Quando precisa pegar o mesmo caminho, dá um jeito de desviar, mesmo que faça um percurso mais longo."Ela conseguiu destruir a minha vida, ela conseguiu destruir a minha família", concluiu Sandra, sobre a criminosa.

RELEMBRE O CASO

Cristal estava a caminho da escola, andando com a mãe e a irmã mais nova, momentos antes de ser atingida por um disparo de arma de fogo. O caso aconteceu no bairro do Campo Grande, em Salvador, a poucos metros de casa e da escola da adolescente.

Nas imagens, é possível ver que Cristal está entre duas mulheres. À esquerda está Sandra, mãe da vítima; à direita, a irmã, Fernanda. O trio estava caminhando em direção ao colégio Nossa Senhora das Mercês.

"Eu saí como todos os dias. Eu arrumei elas e levei as duas junto comigo, como todas as vezes. Saí de casa numa faixa de quinze para sete da manhã. E uns 200 metros depois, fui abordada por duas meliantes, que tinham acabado de atravessar. Elas me abordaram e anunciaram o assalto. Eu olhei e vi uma espécie de bolsa, que tinha um revólver pequeno, que parecia ser de plástico e estava com uma faca peixeira, de cabo branco. Acho que, na hora em que ela tentou manusear a arma para puxar o relógio, a arma disparou na direção de Cristal", relatou Sandra ao Cidade Aratu.

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O assassinato aconteceu perto do Quartel do Comando-Geral da PM da Bahia. Um vídeo, obtido pelo Grupo Aratu, mostrou as criminosas andando calmamente depois da ação. Uma das suspeitas, identificada apenas como "Mara", foi localizada pela polícia no Subúrbio de Salvador e levada inicialmente à 1ª Delegacia Territorial (DH), na região dos Barris, em Salvador.

PRISÕES

As duas mulheres presas no 'Caso Cristal' foram transferidas no dia 9 de agosto para o presídio feminino da Mata Escura, em Salvador. Andréia Santos Carvalho e Gilmara Daiam de Sousa Brito, mais conhecidas como Andréia Rasta e Mara, respectivamente, ficaram custodiadas, inicialmente, na Delegacia de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente (Dercca), em Brotas.

Durante a saída para o presídio, Andréia disse não se lembrar do dia do crime e apenas mandou uma mensagem à mãe, que acompanhava a transferência com uma tia e a irmã. "Mãe, eu te amo. Eu não lembro de nada não, eu peço perdão, peço perdão. Eu não lembro, foi uma fatalidade”, disse.

Em entrevista à TV Aratu, a mãe de Andréia havia confirmado que a filha é usuária de crack e que cometeu o crime devido à droga. “Eu tenho certeza que ela fez isso porque ela tinha usado a droga. A minha luta com ela não é de agora, é de anos”, desabafou.

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