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Sobre Expectativas e Gestão de Pessoas

Fabíola Matos

Colunista On: Fabíola Matos

Pedagoga, mãe, escritora e sócia-diretora da Arttha Gestão & RH
Sobre Expectativas e Gestão de Pessoas
Foto: ilustrativa/Pexels

 

Quando estou dando aula no MBA, nas disciplinas relacionadas à gestão, antes de começar a falar sobre o conteúdo, quero conhecer as pessoas. Faço sempre as mesmas perguntas:

Nome, área de formação, se está trabalhando e se estiver, em que segmento atua. Se lidera, quantos lidera e, se ainda não é líder, pergunto se tem vontade de viver esse desafio.

Em uma das turmas, da disciplina Liderança Estratégia, fui surpreendida com a sinceridade de uma aluna que respondeu prontamente: “Deus me livre de liderar. É muito difícil! A gente sempre vai se decepcionar!”

Essa resposta rendeu boas risadas da turma porque vocês imaginem o tamanho do meu desafio, afinal o MBA e essa disciplina específica era sobre Liderança!

Mas, quero aproveitar isso para falar de expectativas! A resposta da minha aluna, me motiva a fazer a primeira provocação amorosa de hoje: quando escolhemos liderar, fazemos isso com que propósito? Por nós, pelos outros, por ambos?

Precisamos refletir sobre isso pelo alto impacto na nossa performance no mundo corporativo. Se escolhi liderar, meu papel é atuar de tal maneira a influenciar as pessoas para que vivam diariamente os valores de uma empresa, executem a missão e caminhem rumo à visão estratégica definida. Só fazemos isso por meio das pessoas, mas aí é que entra uma questão crucial: o fato de fazer o meu melhor não quer dizer que o outro vá corresponder da mesma maneira, afinal, o outro não é domínio nosso! Só podemos dominar o nosso comportamento e isso aí já dá um trabalho gigante!

Então, qual o caminho para lidar com as decepções? Eu imagino e deixo alguns aqui na esperança que sirvam de insights para você.

Não criar expectativas exageradas

Às vezes, grande parte das dificuldades que enfrentamos com nossos liderados tem mais a ver com expectativas e, em alguns momentos, equívocos da nossa parte. Quer um exemplo disso? Experimente promover para um determinado cargo alguém que não reúne às competências necessárias para aquela função? Como isso daria certo? De quem foi a responsabilidade? Passamos a cobrar algo que o outro não pode oferecer. O mesmo vale para as questões comportamentais. Portanto, avalie se você não está querendo tirar água de uma fonte que já secou ou mesmo que nunca teve água.

Atuar no que está ao seu alcance: você!

Bom, essa parte é assustadora e libertadora. Sempre digo também aos meus alunos: tenho uma notícia maravilhosa para você e outra devastadora. Qual você prefere? A boa notícia é que se tudo está certo com seu time, o mérito é seu! Parabéns! Agora, se as coisas estão caóticas, meus sentimentos: a responsabilidade é sua! Então, invista no autoconhecimento para identificar e manter seus acertos e minimizar/ajustar o impacto negativo dos seus erros/fragilidades. Sobre isso, você tem domínio absoluto.

Manter constante diálogo e fornecer feedback aos seus liderados

Pois é...vou compartilhar com vocês uma história assustadora. Fui contratada há alguns anos por uma empresa que pediu um treinamento comportamental para a equipe. Informou que eles estavam desmotivados, erravam muito, enfim a coisa estava feia. Fiz um diagnóstico prévio com todos os participantes e, como é nossa prática, personalizamos toda a qualificação. Em determinado momento falei da importância de dar feedback, retorno aos profissionais para que eles conhecessem seu papel, acertos e como avançar. Eis que, começa um burburinho e lá do fundo da sala, uma pessoa levanta a mão e diz: “Fabíola, eu nunca recebi um feedback.” Não sei porque cargas d’água, fui perguntar: “Sim, às vezes as rotinas são puxadas e o líder demora um pouco com isso...” Eu nem terminei de falar e ele retrucou: “Mas eu trabalho aqui há três anos e nunca recebi um feedback!” Vocês imaginam a saia justa porque toda a Diretoria e Gerência estavam na sala. Como esperar uma entrega diferenciada se não há retorno, diálogo e envolvimento com o time? Não existe mágica!

Validar/ratificar o seu propósito como líder

Lembra do que falamos um pouco antes? Você precisa lembrar dos motivos para ter escolhido a liderança. Se estiver neste lugar apenas por status e poder, vai perder o mais importante: a possibilidade de construir relações perenes e significativas que naturalmente serão responsáveis pelos seus resultados.

Espero ter contribuído para que você possa cuidar adequadamente de suas expectativas e com isso, naturalmente evitar frustrações e apoiar melhor seu time!

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Fabíola Matos

Foto de Fabíola Matos

Sócia-diretora da Arttha Gestão & RH, também é pedagoga, mãe, escritora, líder, semente, semeadora e profundamente apaixonada pela vida.

Instagram: @artthaoficial

 

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